quinta-feira, 31 de julho de 2008

Falta de jeito

Não raras vezes me dizem que sou um desastre. Não raras vezes me chamam de Godzilla. Não raras vezes me desequilibro em público. Não raras vezes parto coisas, deixo cair comandos, telemóveis, deito abaixo o que outros construiram. Há alturas em que consigo controlar este handicap, há outras que nem por isso. Os últimos dias têm revelado uma série de episódios, de copos de vinho pelo chão, a garrafas de frize a rebolar pelo chão do hipermercado, passando por telemóveis que escorregam-me pelas mãos. 



Este vídeo traduz bem o que às vezes sinto. Mas quando o vejo tenho vontade de rir, muita mesmo. Estou a rir de mim próprio.

Fim de Crónica

terça-feira, 29 de julho de 2008

Do inferno ao céu

Quantas vezes vou no carro e digo para mim: "mas que música fixolas"? Algumas, mas curiosamente esta frase saiu-me naturalmente em várias música dos VHS or Beta. Sendo assim decidi escolhê-los para banda sonora deste post.




Quantas vezes também não vamos do inferno ao céu? Aos pequenos céus, sim ainda não conheço outros. Deixar-me ir é tão difícil, e o medo é bom, porque depois de ir embora a paz é imensa. Mas não gosto do medo. Fujo dele. Não o olho de frente, desvio o olhar e para que ele me passe ao lado e nem sequer me cumprimente.  Mas quando o olho de frente, e falo abertamente com ele, ele faz questão de se ir embora, mas há vezes que não vai. E assim quanto mais falo com ele mais vezes ele se acalma e melhor eu fico.

Quando é época de volta a França a minha vontade de andar de bicicleta como que quadruplica.
É tão bom receber um sorriso de desconhecidos.
Quanto mais penso que tenho de adormecer rápido, mais devagar adormeço.

Não pensem que vou dizer quando vou de férias, ao menos assim vou-vos mantendo por perto. Onde andam os comentadores de serviço?

Fim de Crónica

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Só para manter a forma antes de ir de férias

O meu primeiro comentário vai para as pessoas que não têm internet e trabalham ao computador. Para eles a minha sincera homenagem. Já não se usa. Estivemos uma manhã e parte da tarde às escuras, e as caras abriram-se mal a luz se acendeu, e voltámos a ter uma janela escancarada para o mundo.


Há tanta e tão pouca coisa para comentar antes do Verão, mas infelizmente agora que escrevo de improviso, varreu-se-me tudo. 

Não entendo as namoradas que não falam. 
Tenho saudades.
Já vou sentido nostalgia. 
O parque verde é óptimo. As margens do rio continuam sub-aproveitadas. 
Adormeço a rezar e acordo a pensar que ainda não acabei a oração.
Quero dormir e nunca me consigo deitar antes da 1h30.
Qualquer canal de televisão é bom quando temos outras coisas para fazer.
Estou farto de futebol, mas nunca mais começa o campeonato.
A criatividade foi de férias. Está difícil encontrar vídeos musicais para postar.
Não entendo quem espera pelo autocarro a olhar para o fundo da rua para ver se ele vem mais depressa.
E agora tenho trabalho para fazer, mas quero escrever, mas faltam-me ideias.
Quero ser capaz.
Tenho saudades.

Há poucos vídeos, mas os Goldfrapp estão de regresso com passagem pelo SW, o palco da Jacaré Tour deste ano. Fica este A&E retirado do Seventh Tree.


Fim de Crónica

sábado, 19 de julho de 2008

Mestre Zé

Mestre Zé é o nome pelo qual o meu bisavô era conhecido. Ele levava a sua Praia Morena e os seus homens para o mar. Muitos quilos de sardinha e outras iguarias da costa algarvia vieram a bordo da Praia Morena. Mestre é o homem que manda a bordo, tem de ter o faro para sentir para onde se movimentam os cardumes. É disso que depende a sua sobrevivência à frente da nau. 

Ao contrário, eu não trago peixe para terra. Os mares são revoltos. Agora chamam-me mestre por outros motivos. Confusões à bolonhesa. Sem que estivesse à espera de alguma coisa, fiz-me mestre, deixei uns trocos no quiosque, ia escrevendo umas coisas, sempre a pensar que qualquer um podia fazer o mesmo. Afinal, tomar conta de vários computadores, mudar um número ali ou acolá qualquer espertinho faz. Mas parece que não, parece que fiz algo mesmo bom e importante. E que as pessoas gostaram. E por isso, e ainda porque escrevi umas coisas para os estrangeiros aprenderem como se faz, fizeram-me subir ao topo da escala. Eu desconfio. Como sempre. Mas o topo já não me tiram.

Agora estou a ver novas rotas de pesca. Ao mesmo tempo as sugestões musicais são escassas. Muito pouca coisa me tem entusiasmado ultimamente. Mesmo assim este Silver Lining dos Rilo Kiley agradou-me e quero partilhar isto convosco. 



Fim de Crónica

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Apito Entubado

O nosso futebol anda pelas ruas da amargura. Já nem dá para rir, começa a ser confrangedor os desenvolvimentos, as confusões, o Major, os intervenientes. Acho que a única coisa que nos pode salvar é seguirmos o exemplo deste senhor. Ele é bielorusso, é árbitro internacional, ou seja, pode apitar jogos sem ser do campeonato do próprio país, e decidiu apitar um jogo com uma tuba daquelas... O resultado é uma aparente dor de costas.



Fim de Crónica

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Estes tipos têm piada

Era uma injustiça não partilhar um dos vídeos que mais me fez rir nos últimos tempos.



Ricardo és inacreditável. Como é difícil sobreviver depois de um Euro sem penaltis. Mas sinceramente acho que és um bom guarda-redes, não muito bom, mas bom. Os Contemporâneos são fixes porque os vídeos estão na net, para pessoas que têm outros afazeres à hora dos programa possam disfrutar do talento destes senhores.

sábado, 5 de julho de 2008

Rocky Bilbao - O último round

Já faz falta uma banda sonora para acompanhar a leitura de posts.



São os MGMT (ex-Management) com Kids, extraído do último Oracular Spectacular. Belo tema para ver ao vivo no próximo dia 10 de Julho no passeio marítimo de Algés, onde eu não vou poder estar, e tenho um bilhete comigo.

Estava nas últimas horas. Última apresentação, uma das mais interessantes do meu ponto de vista. O cansaço desliga-me por momentos, mas rapidamente recupero a atenção. Foi rápido. Estava com saudades de ter aulas. Algumas foram sublimes, outras daquelas que nunca mais acabam, mas mesmo assim estava com saudades.

Terminadas as injecções de ciência, estava na hora das primeiras despedidas. Refeição universitária, porque havia quem não passasse da universidade. Ficam as primeiras despedidas. O dia de sol e proximidade do mar convidavam a um mergulho. Mas o fato de banho tinha ficado no roupeiro, em casa. A água está fria, pensava eu. E estava, não só fria como suja também. Muito suja. Mas mesmo assim, não duvido que se tivesse o fato de banho teria mergulhado nas águas bascas. Esplanada ao estilo Ibiza, com pessoas bonitas, música chillout, e o sol ao fundo. O sol teimava em brilhar apesar do adiantar da hora. Regresso à cidade apenas tempo para mudar de calçado, e seguir para jantar. O pôr do sol ainda marca a hora de jantar. Os meus receios de terminar num qualquer restaurante de fast-food, não se confirmam. A tasca da véspera, onde me senti jacaré, estava aberta e cheia. Como demais, mas dada a qualidade da comida não me arrependo. Vamos em busca de um conselho das gentes da terra para uma noite animada. Encontramos algo que se assemelha à descrição que nos tinham feito. Não podemos entrar, há concerto. Numa praça, vários grupos cumprem a tradição espanhola do botellón, a tuba barata, com tudo comprado no supermercado. Tento não adormecer sentado no banco do jardim, não contei cordeiros, é mais divertido encontrar miúdas giras no meio dos botellónes. A multidão deixa o concerto, e agora sim vamos entrar. O espaço é fantástico, um teatro convertido em discoteca, com concertos ao vivo, entrada livre. Os bascos ainda não se converteram ao copo de plástico, e corria sérios riscos de levar com uma garrafa de cerveja a explodir na minha perna. A música estava a puxar à erva aromática que fluía pelo ar apesar de tudo leve deste teatro. Senhores do avenida, já pensaram nisto? Tirar as cadeiras todas, construir uns bares. É fixe não é?
A música provoca sensações diferentes em quem dança. Faço teorias sobre como se dança à francesa, à finlandesa, à irlandesa, enfim. A música disfarça o cansaço. Mas o cansaço vence e minutos depois já estamos a despedir-nos cá fora. De repente, ouço qualquer coisa familiar. Sim, estão a falar português. Que saudades, finalmente!! Dois dedos de conversa, afinal falar português e ser português já é muita coisa em comum, e dá logo para longos minutos de conversa. Que melhor treino para o dia seguinte. Regresso às despedidas, alguém me diz "you looked like you have known them for years!!", não amigo, tuga é assim. Despeço-me e regresso ao hotel. Neste regresso penso, rezo, e acho que só uma situação como esta pode tornar pessoas tão diferentes, de origens tão diversas, em pessoas tão próximas. Pensava que tinha usado as pessoas para colmatar as minhas faltas de relações. Não sentia vontade especial de voltar a rever aqueles que nesta semana não me deixaram sozinho. O tempo o dirá, o que fica desta semana.

Última manhã. Giro pela cidade, compras de última hora, fotos para comprovar a visita a Bilbao. E tudo pronto para um regresso. Um óptimo regresso, de coração, e cabeça cheia.

Fim de Crónica


quinta-feira, 3 de julho de 2008

Rocky Bilbao - A confirmação

Conseguir alargar o período de repouso durante esta semana foi deveras difícil. Consegui-o por uma vez, mesmo assim a sensação de atropelamento por um camião não desapareceu.

Mais um tema interessante que a minha lentidão de processamento não me deixa acompanhar. Ainda assim fico com uma ideia genérica, faço uma pergunta, e quando me perguntam uma palavra composta em português não consigo encontrar. Com medo de não estar a perceber bem a pergunta, mas também com uma capacidade de processamento abaixo do normal sinto-me embaraçado.
Mais um sacrifício, mais uma horas de tentativas frustradas, mas no final fica a sensação de dever cumprido, e que afinal, não é possível aplicar técnicas semelhantes na língua de Camões.

Uma tarde pela frente. Almoço num local tipicamente americano, comida ao balcão, bem frequentado, mas parece que chegámos tarde demais. A boa frequências está de saída. Há um intervalo para recuperar energias, rever a actualidade e sair. Sair para o Museu, exlibris de uma cidade que se viu obrigada a relançar-se depois de anos difíceis. À custa de um museu, obra de genialidade conseguiu. Milhares de turistas passam por esta obra. É privilégio poder saber pormenores que nos escapam. Apreciar conceitos. A arte há muito que deixou de ser pintura e escultura. Passou para o dia-a-dia, cresceu para conceito, o todo faz o que a peça única não consegue traduzir. Foi encantador.

Como na véspera, procuro companhia interveniente para ver a segunda meia final. Os bascos não parecem entusiasmados com o jogo, e os espanhóis fugiram, com uma honrosa excepção. Primeiro tasco, não tem televisão. O tasco com televisão era um restaurante chinês com buffet. Demasiada comida. Mas ao menos havia jogo. Não havia pessoas nem nervosismo no restaurante. Primeiro da Espanha, manifestação de alegria solitária e bastante tímida. Nos seguintes tentos repetiu-se a história. Regresso à primeira tasca, agora como clientes únicos. A mais pequena desculpa serve para brindar, e quem brinda bebe. Aprendem-se alguns vocábulos na língua de cada um, uns de ocasião, outros menos próprios. Abre o workshop de jogos para beber. Algumas cañas depois, a casa fecha, pergunto informações ao balcão com todo o prazer de jacaré. A paragem seguinte foi numa das sugestões. Sem dúvida interessante. Cheira a ervas aromáticas. Estou a adormecer em pé.

Fim de Crónica

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Rocky Bilbao - A revelação

Continuo a evitar a solidão. Agora em casa. Estou mas não estou. A vontade de regressar ao que se passou é maior.


Mais uma rotina matinal. Pequeno-almoço, trânsito, café e muito sono. Não consigo descrever o que se passou neste dia. Não conseguindo acompanhar desde o início, desisto. Não dá mesmo. Interessante tema o que se discute, mas passa-me ao lado. Faço um esforço. Ora consigo, ora não. Mais umas sessões do dialecto e lá se vai mais um dia de aulas intenso.
Uns fogem, mas eu resisto fico até ao fim, sempre na esperança que possa encontrar nestas novas informações um escape, uma luz. Não. Em vez disso sinto-me um pouco menos competente, mas dada a incompetência dos restantes, não me sinto tão mal.

De regresso à cidade, já chegados ao século XXI, onde todos têm telemóveis, escolhe-se a companhia de alguém que vai participar directamente no jogo Alemanha-Turquia, um alemão. Não sofre muito. O sangue não lhe ferve nas veias. Manifesta-se controladamente a cada golo da sua equipa, e deixa sair a sua ira para com a sua defesa, guarda-redes incluído, quando perto do fim se deixam empatar. São 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha. E mais uma vez, a célebre frase de Lineker confirma-se. O local escolhido era sui-generis. Um pub irlandês, no meio de uma cidade espanhola, com empregados e comida chinesa. A noite termina com a companhia da máquina fotográfica. Os dois a vaguear pela cidade, tentando reproduzir a duas dimensões aquilo que os olhos vêem e apreciam.

Fim de Crónica

Rocky Bilbao - A continuação

Finalmente, quando tinha descido ao mais fundo dos meus sonos sou incomodado pelo som de dois despertadores que consecutivamente me insistem a tirar da cama. Noite com insónias, apesar do cansaço, ainda não estou adaptado ao novo habitat. O jet lag complica ainda mais um acordar que geralmente é silencioso e mal-disposto.


Pequeno almoço com companhia. Saída para o local de trabalho, trânsito matinal. Parece que vivo numa grande cidade. Em cima da hora há tempo para procurar um café. Abençoado. Várias horas seguidas de exposição, num dialecto a que se convencionou chamar Spanglish. Há tempos, era daquelas coisas que me fazia rir que nem perdido, agora sou um ser triste, que nem sequer se consegue rir com a desgraça dos outros. Desinteresse. Já não era sem tempo. Regresso à cidade, almoço em companhia, passagem pelo quarto para ver novidades de cá, saída a correr para o encontro marcado. Como é bom aproveitar as margens do rio para tudo. Cursos de água atraem gente farta de olhar e ver asfalto. Viaja-se por pormenores, coisas que passam despercebidas, tiram-nos vendas, e orgulho-me de ser português. Há um toque de um dos nossos génios naquela cidade, que brevemente se irá erguer. 

Jantar de Gala? Podia ter sido, mas não houve tempo glamour, e a indumentária formal ficou no quarto de hotel. Jantar regado de cidra, vinho, com especialidades regionais. O relógio anda depressa. Paragem num bar de preços proibitivos. Conversa-se. Nesta altura do jogo, a ligação ao português é ínfima, o inglês sai solto e quase sem pensar. Discute-se os povos amorfos, que deixam que tudo aconteça sem reacção. E está na hora, porque a manhã seguinte é de trabalho.

Com tanto medo da solidão, é precisamente depois do regresso que me sinto mais sózinho.

Fim de Crónica

terça-feira, 1 de julho de 2008

Rocky Bilbao

Não, não vou falar de um festival de rock. Não vou falar de uma experiência de cinematográfica do retrato de um pugilista.

Cheguei ao País Basco encolhido, e saí de mente aberta. Experiências novas proporcionaram novos horizontes e novas fontes de motivação, que não são contrariadas por um dia-a-dia por vezes monótono e repetitivo. O local é o mesmo há quase dois anos. A vista também. O computador um pouco mais recente. A cadeira não, mas é bem confortável. Tudo isto vicía.
Por muito que esteja preso por correntes a seguranças que ainda tenho, sinto que outros ares me fazem bem, me pacificam, e me libertam. O ar de Bilbao foi capaz de fazer isso tudo.

Gostava de poder ter feito um diário, mas não consegui. Eram coisas a mais para tão poucas horas que um dia contempla, e ainda por cima o motivo mais forte desta visita, o científico, pede mais concentração, e por isso descanso. As primeiras horas são difíceis. Demasiadas interrogações. Espero pelo dia seguinte. Manhã cedo, muito cedo, depois de uma noite com a companhia salutar das turbinas do ar condicionado, saio. A primeira vez faz os planos mudar.
Primeiro impacto com situações idênticas à minha. Primeiras conversas, primeiros silêncios ensurdecedores. Conversa de circunstância procura saber o que é que cada um faz, o que é que cada um está ali a fazer. Dá para desentorpecer a língua que durante algumas horas esteve parada. Procedimentos de identificação, organização, normais num certame do género. Primeira apresentação. O cérebro ainda está dormente e pouco preparado para receber informação numa língua que não lhe é familiar. Aos poucos vai-se adaptando. Acompanho, não percebo. Foi bom. Intervalo para especialidades gastronómicas que rapidamente enjoam devido à quantidade invulgar de gordura. No entanto a gastronomia é um dos factores culturais que aprecio, e não quis deixar de provar. Regresso ao cinema. Muda o actor principal e o título do filme. O filme é interessante, motiva, faz-me sorrir e pensar que afinal o que faço pode ser útil. É só ter um pouco de imaginação.

Foi um dia longo. Mas ainda não acabou. Sempre com medo que a fome aperte, a visita a um supermercado torna-se indispensável quando me encontro em viagens.
Tinha sido combinado hora e local, à moda muito antiga, quando ainda não havia telemóveis. Estou atrasado e decido não ir. Continuo pela gastronomia local. Vou tomando o pulso aos hábitos de vida locais. Um copo ao fim da tarde, acompanhados com os tradicionais pintxos, depois de um dia de trabalho. Os filhos acompanham os pais, e fico do lado de fora agarrados às suas consolas. Um volta pelo praça, e acabo por encontrar-me com os combinados. Deixei correr o tempo mais do que queria, afinal, já havia uns dias de alguma insónia. Encontro em mim uma capacidade estranha de ter lata para pedir favores a pessoas que não conheço, e que se limitaram a partilhar a sala comigo durante uns dias.

Agora sim é hora de partir. Queria condensar uma semana em poucas linhas. Condensei um dia, e assim sigo para o próximo.

Fim de Crónica