quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Bola

E o futebol?
Não está a correr nada bem. A Briosa parece que agora tem um treinador a sério, mas continua em último pelo menos mais uma jornada.

O Benfica esmaga. O Porto ganha como habitualmente. O Sporting, enfim, nem sei o que dizer. Domingos está a provar que daqui a uns anos dá o salto para o Dragão. E Queirós diz que quer ser campeão do mundo sem estar qualificado. Uma coisa de cada vez.

Outro dos temas que muito tem passado por estes ouvidos é o 11th Dimension de Julian Casablancas, membro dos Strokes.



Talvez aqui já haja um pedaço de crónica.

O Tempo

Boa tarde!

O Verão tarda em dizer adeus.
Por isso escolhi uma música que tem muito a ver com o Verão. O talvez nem tanto. Se calhar é daqueles que pede uma chuva de fim de tarde.

Independentemente do tempo, é uma das músicas que mais tenho ouvido nos últimos dias, Fireflies dos Owl City.



Era só isto. Duvido que lhe possa chamar crónica.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Declaração de desinspiração

Só para que fiquem a saber estou numa fase de desinspiração e pouca atenção ao mundo que me rodeia. Não há nada que ocupe o meu pensamento durante horas, a não ser o meu trabalho e as actividades em que estou envolvido. E como não encontro fórmula de me expressar sobre esses temas para que todos me entendam, prefiro simplesmente não o fazer.

A propósito, partilhar o que alguém falou no outro dia. Há dois tipos de pessoas hoje em dia: as que se envolvem em tudo e as que não se envolvem em nada. As que se envolvem estão em vários projectos ao mesmo tempo e às vezes não têm tempo nem para respirar. As que não se envolvem deixam-se andar à espera que apareça sempre alguém que se envolva.
Isto vem colidir um pouco com aquele pensamento de que se andarmos envolvidos em muita coisa dificilmente conseguimos aprofundar alguma delas. Apesar de tudo parece-me melhor estar envolvido do que não me deixar sequer envolver.

Jack Peñate já está aqui há espera à um tempão para que eu o deixe soltar este Pull My Heart Away. Jack não te chateies, é só falta de inspiração minha.




Fim de Crónica

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Teoria do tamanho das cidades

Será hoje?
Parece-me que sim. Passada a campanha legislativa, e enquanto lá fora ainda se faz campanha desta vez para as autarquias, eis que numa manhã levanto-me e decido que vou escrever sobre aquilo que há muito prometi. A teorização da forma de adaptação às cidades.

Está quase a fazer um ano que deixei uma cidade de 100.000 habitantes para viver numa cidade, que segundo a wikipédia tem pouco mais de 500.000 habitantes. E para além destes, há um imenso mar de gente que vive à volta desta cidade, e que por ela passa quase todos os dias. 
É portanto muita gente. 
Para quem vem do meio pequeno, é demasiada gente. Mas por estranho que pareça, quanto maior é a cidade, maior a tendência para a solidão. É porquê? Porque não há tempo. O tempo que é gasto em deslocações é tendencialmente longo e solitário. O iPod é um companheiro inseparável de quem vive numa metrópole. Conversar com desconhecidos é um risco que não se deve correr. E será que o desconhecido está interessado? Estarei a fazer figura de parvo? Não, eu não ando à procura de amigos nos transportes públicos. Mas face à escassez de tempo, até que nem parece ser uma má ideia. Cada pessoa neste imenso maranhal tem o seu espaço. Espaço que dificilmente é invadido por um desconhecido. Existem sítios onde podemos fazer-nos amigos e outros que não. A mesma pessoa numa situação pode ser extremamente receptiva, e noutra querer preservar-se. Estranho não é? Sim, é estranho, mas eu concordo. Há sítios para tu. Os nossos estados de espírito são como t-shirts diferentes que tiramos de gavetas. Uma para cada ocasião.

Quanto maior a cidade, mais tempo se gasta em deslocações, menos tempo se tem para outros, maior o tempo de solidão e muito provavelmente, os rostos são mais fechados. Não quero especular, mas parece-me que quanto menos tempo as pessoas têm para se relacionar, menos felizes são. No fundo não é novidade nenhuma, é só uma coisa que eu ando a pensar. 
Como ser feliz numa cidade muito grande? Aos poucos. É preciso sentir que a cidade também é minha. É preciso aceitar que para ter um cem número de facilidades na palma da mão, tenho de abdicar de outras, incluindo esse imensurável valor que é o tempo. É preciso também dar tempo para que isso aconteça.

Coelho de coração na púcara é bem bom. Florence and the Machine vêm provar que em música também é muito bom. Lungs o álbum de estreia destes britânicos, encabeçados por Florence traz este Rabbit Heart. Estão em alta por terras de sua majestade.


Fim de Crónica

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Estilhaços eleitorais

Já lá vão uns dias desde que fomos a votos. Eu gosto de votar. Sinto-me importante quando voto, sinto que estou a expressar a minha vontade para o futuro de Portugal. É uma sensação boa. Infelizmente e como vem sendo hábito em muito actos eleitorais a abstenção foi grande.

O resultado é sobejamente conhecido, não o vou esmiuçar mais. Quero falar das possíveis causas que levaram a um resultado tão decepcionante do MEP.
Foi uma tremenda desilusão. Quando apareceram os primeiros resultados ainda havia alguma esperança de que o voto urbano se viesse a reflectir, fazendo subir o resultado do MEP. À medida que a noite eleitoral ia avançando, essa esperança foi-se paulatinamente diluindo. Como foi possível em poucos meses perder 30000 votos?
Foi deste ponto que comecei. Em primeiro lugar foi um erro querer transpor resultados das eleições europeias para as legislativas. São coisas diferentes, com métodos diferentes de atribuição de mandatos, e com um sentido diferente de proximidade para os portugueses que vivem em Portugal. Pela distância, dá a sensação que o parlamento europeu tem pouca influência na vida do dia-a-dia. Talvez por isso, o apelo ao voto útil passa despercebido. Mais mandato ou menos mandato, os grandes partidos não se importam muito com os resultados.
Mas o resultado das europeias era a única referência que tínhamos, e por isso foi legítimo que nos baseássemos nele. Por isso, a fasquia colocada era alta. Também por isso a desilusão foi ainda maior. O certo é que foi essa fasquia que foi alimentando a campanha, e que mobilizou muita gente para o MEP e para a campanha extraordinária que fizemos.
Faltou-nos no entanto fazer entender que o voto MEP seria um voto útil. Houve muito esforço neste sentido, mas claramente os eleitores não pensaram assim. Assumindo um posicionamento no espectro político ao centro, corremos este risco. Muitos dos que confiaram no MEP nas europeias decidiram votar nos partidos que poderiam vencer as eleições.
Houve também uma forte mobilização para que Sócrates saísse do governo. Era um contra todos os outros, e isso fez que o principal objectivo destas eleições fosse derrubar Sócrates e não eleger os nossos representantes na Assembleia da República. Parece-me Sócrates acabou por beneficiar desta luta. O MEP saiu bastante prejudicado. Não atingiu nenhum dos objectivos que se propôs, eleger deputados e atingir os 50000 votos para receber a subvenção dos estado (já li que o MRPP, apesar de os ter atingido pode não vir a receber a dita subvenção).

O tempo agora é de análise e reflexão sobre estes resultados. Posso dizer que neste momento há mais pessoas a conhecer o MEP. Mas mesmo assim, nos útlimos minutos de campanha havia gente que ainda não tinha ouvido falar de nós. O esforço foi grande, mas não o suficiente. A falta de exposição mediática é um problema para que um pequeno partido ultrapasse essa barreira que é chegar ao parlamento. Continuo a pensar que há muita gente que se identifica e vê sentido na propostas de MEP e que nestas eleições votou noutro partido. Por isso, ao contrário de outros projectos de natureza política em que estive envolvido, não estou com vontade de baixar os braços. Acho que o MEP deve sobreviver a este forte abanão, crescer com ele e com humildade trabalhar para que se possa apresentar de novo a eleições daqui a 4 anos. Existe muito caminho a percorrer neste tempo. Acho que esta decepção pode ser aproveitada para nos tornar mais fortes.

Espero sinceramente que a legislatura possa durar 4 anos. Espero que o governo tenha a humildade de conseguir dialogar com a oposição e que os partidos da oposição tenham um sentido de estado, para que o fim da crise e a prosperidade regressem rapidamente a Portugal. Se assim for, o resultado das eleições foi positivo para o país.

Na 2ª feira após o resultado eleitoral, já circulava no Facebook um quiz que indicava o local para onde deveríamos emigrar agora que teremos mais alguns anos de governo Sócrates. O meu resultado foi Noruega. Os Wombats dizem que vão-se mudar para Nova Iorque. Não me parece má ideia. Embora fosse uma solução temporária. As grandes cidades são assim.




Fim de Crónica