quinta-feira, 23 de julho de 2009

Regresso aos festivais

Começou a época do festival de verão.
Não sei se porventura terão reparado mas eu até gosto de música. Por isso um festival é sempre um acontecimento. Seja pela televisão, rádio, imprensa escrita, gosto de acompanhar as incidências dos festivais, como quem acompanha a sua equipa favorita de futebol.
Infelizmente, por motivos de agenda até ao festival Sudoeste do ano passado tinha sido impossível estar presente em eventos desta natureza. Este ano, pelos mesmos motivos de agenda, volta a ser difícil estar em muitos deste eventos, mas não quis deixar de regressar a um ambiente que sinceramente gosto. Pela primeira vez estive num Super Bock Super Rock, um festival com tradição que desde a sua 10ª edição cresceu, passando a figurar na lista dos grandes festivais portugueses. Ainda me lembro deste festival passar por Coimbra. Na altura creio que estiveram por cá os System of a Down. 

Já vai na 15ª. Já o sol se punha no estádio do Restelo quando faço a minha entrada no recinto. Ambiente de festival, sim, mas limpo. O modelo campista não faz sucesso por estes lados. Os cheiros sim, são de festival. Saudades. Saudades também das pessoas bonitas dos festivais. Não sei se é conclusão precipitada, mas pela amostra dos festivais onde estive, as pessoas bonitas têm bom gosto musical. Isso é naturalmente de saudar.

Cheguei mesmo a tempo dos Mando Diao, que há bem pouco tempo passaram por este blogue. Fizeram um bom final de concerto. A primeira metade não me encheu as medidas. Músicas pouco conhecidas, difíceis de agradar ao meu ouvido. Mas a coisa lá se compôs quando tocaram alguns temas conhecidos do último Give Me Fire. O momento mais alto coube ao single Dance With Somebody. Nota positiva. 

Depois houve alguns minutos de espera na fila para pedir 27 farturas e deixar a senhora da roulote de boca aberta. A boca também foi abrindo durante o concerto da Duffy. Não pelo sono, mas pelo alimento que ia entrando. Voz impersionante, mas a esta hora estava-se bem na bancada a comer uma fartura.

Os tão esprados Killers fazem a sua primeira aparição em Portugal. Entram a matar com Human (vídeo abaixo), e quase que fazem o KO com Somebody Told Me que os lançou para a ribalta. Mas aguentam-se. Até ao fim houve entusiasmo, houve saltos, e no fim quase não havia voz. O público vibrou intensamente a cada música mais conhecida que a banda de Brandon Flowers ia tocando. Algumas músicas do novo álbum tiveram uma recepção mais tímida. Registo para a repetição de Spaceman, o novo single de Day & Age. Bem que podiam ter repetido outra, mas com entusiasmo da altura proporcionou-se. Uma excelente hora e meia de concerto que passou num instante. Justificaram o bilhete. Voltem depressa.


Sugestão para próximos festivais? Talvez. Bat for Lashes são ingleses, ali para os lados da electrónica, mas assim muito calminha. Vão fazer parte da digressão dos Coldplay. Brevemente andarão por aí. Já nenhuma banda dispensa um concerto neste canto da Europa. Os Coldplay andam um pouco esquecidos...


Fim de Crónica

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Heavy Cross

Falamos não de uma cruz, mas sim de uma bicicleta. Nem mais nem menos que uma bicicleta. Pode nem ser a mesma sempre, mas o certo é que é só uma de cada vez. É esse o objecto que acompanha aproximadamente durante três semanas do mês de Julho. Outra verdade é que a história se repete todos os anos. Objectivo: chegar a Paris.

Falo pois de uma das maiores competições desportivas à escala mundial. O ciclismo é uma modalidade que atinge níveis de popularidade incríveis em quase todos os continentes da Terra. A sua prova rainha é a volta à França. O hexágono, assim conhecido pelos gauleses, possui condições orográficas como nenhum outro país na Europa. É delimitado por dois dos maiores maciços montanhosos da Europa, os Pirenéus e os Alpes. Por esse motivo há matéria prima para uma competição velocipédica sem concorrente. O sofrimento aqui é imenso. O desporto é quase desumano. Horas afim em cima de um selim, a subir, a descer, debaixo de sol, chuva, vento... O que estes altetas suportam, não está ao alcance do comum dos mortais. Por isso é um desporto sempre sob suspeita. Ouso dizer que alguém com prática desportiva regular seria capaz de aguentar 90 minutos de futebol a um ritmo aceitável. Esse mesmo alguém a cumprir 200 km, com subidas de dezenas de quilómetros, consecutivas, sem grandes espaços para recuperar o fôlego, dúvido que aguentasse. A magia deste desporto está maneira como o cansaço se vai revelando nos atletas. O assunto vem normalmente daquele que quebra primeiro. Isto porque se cria uma expectativa à volta das capacidades dos atletas que muitas vezes acaba por ser desiludida. Quase todos os favoritos foram vistos a quebrar, no entanto este ano está de regresso o homem que quase nunca quebrou, e por isso conta com 7 vitórias no currículo, para além de uma ainda maior vitória contra o cancro. Lance Armstrong veio acrescentar motivos de interesse à corrida. À hora que vos escrevo a corrida está muito morna. Anos houve em que por esta altura da prova, Armstrong já tinha eliminado toda a concorrência. À entrada da última semana, tudo por decidir. Mais emoção, menos espectáculo, é o balanço deste Tour. Mas nem por isso a curiosidade arrefeceu. É certo que já não há férias em Julho, nem épocas de exame, em que o tempo se podia modelar ao Tour. Mas há muito mais informação para acompanhar a corrida. Dá para acompanhar nas horas de bloqueio mental e informático.

Comecei por fazer numa cruz. Pois, Heavy Cross é novo single dos Gossip, retirado do úlitmo álbum desta banda de Portland. É um tema muito potente e que facilmente entra no ouvido.
Cada um tem a sua cruz. Esta é pesada e é dos Gossip.



Fim de Crónica

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Enredar

Às vezes é mesmo difícil lutar contra as minhas próprias fragilidades. 
Tantas vezes sei que vou pelo caminho errado, mas não tenho força suficiente para mudar de direcção. Simplesmente deixo-me levar pelos instintos, fico escravo deles, faço o que eles querem e bem entendem. A certo ponto parece que até eu já quero o que os meus instintos básicos querem. No fundo o meu corpo convence-me mais facilmente do que eu a ele. 

No entanto, este é um processo fásico. Eu estou numa fase em que o corpo até certo ponto me domina. Há fases porém, em que a minha vontade domina o meu corpo e uso o corpo como fim para chegar ao meio que a minha vontade mais profunda procura. Estou a fazer uma coisa que me irrita profundamente quando vem de outros, que é repetir a mesma ideia várias vezes de formas diferentes. Se eu já percebi à primeira, por que hei-de querer ouvir uma segunda vez? Neste caso até que há uma justificação. Não tenho nenhuma história para contar. Apeteceu-me pois, dissertar sobre este assunto. Não se preocupem. Fico por aqui.

Mas afinal, qual é o motivo tão forte que obriga a encher chouriços? São os Yeah Yeah Yeahs! Lançaram já este ano o álbum It's Blitz que me está a convencer bastante. Não sou fã dos trabalhos anteriores deles, mas de facto tenho que fazer a minha vénia a It's Blitz. No entanto, estava com um problema: acho que o single Zero está longe de ser a melhor música do disco. Há outras opções muito convincentes, como Skeletons que aqui fica numa versão ao vivo no festival Coachella, um dos melhores da Primavera americana.


Fim de Crónica

terça-feira, 7 de julho de 2009

Mais uma horinha

Tem sido difícil manter assiduidade de publicações. O trabalho tem impossibilitado um débito de posts que considero normal para este blog. 

O Verão teima em entrar. Eu agradeço, não é nada agradável trabalhar quando lá fora a temperatura supera largamente os 30ºC. Felizmente que o amigo ar condicionado tem marcado presença no dia-a-dia de trabalho. 

Está uma noite fresca, com vento intenso. Tenho a impressão que aqui em cima decorre um capeonato de PES. Gritos, festejos. A janela da sala está aberta, é certo. Mas mesmo assim estou medo, que já com estores e janelas fechadas o gritos me incomodem durante a noite. Logo hoje que preciso de compensar uma noite mal dormida, depois de uma noite pouco dormida. Sempre o velho problema do tempo e das horas de sono. Não sou o tipo de pessoas que com sestas se vai aguentando. Sou homem de dormir várias horas para manter o meu equilíbrio. Tenho pena que assim seja, os dias são sistematicamente mais curtos do que eu gostaria. Foi golo no andar de cima. Quem me dá mais uma hora de sono? 

O critério de hoje foi o facto de o líder desta banda estar neste momento num debate sobre futebol que neste momento decorre. Está a aceso o debate. Slow Time Love é o avanço para o novo disco dos portuenses Blind Zero.


Fim de Crónica