domingo, 30 de novembro de 2008

Manifesto a favor da neve na cidade de Coimbra

Neste post venho manifestar a minha indignação pelo facto de não cair um farrapo de neve nesta cidade há vários anos. Já nem falo de um nevão, falo de um farrapo de neve. Hoje está frio e chuva, e se estas duas coisas se conjugam é provável que tal fenómeno aconteça. Ainda me lembro de enquanto míudo, nas brincadeiras de bairro se pedir neve, quando ao fundo se via a serra da Lousã coberta de branco. Nunca aconteceu. Cá para mim, que ando preocupado com esse assunto, no primeiro ano em que não puser os pés em Coimbra durante o Inverno, será o ano do regresso da neve a esta cidade.


Enquanto esse regresso não acontece, três vídeo que apontam em direcções diferentes. O primeiro é de trabalho. Sim, falamos de sistemas de diálogo, que é algo sobre o qual virei a trabalhar. Foi-me mostrado numa aula. Sim, eu agora tenho aulas, e aulas em que se mostram vídeos com piada. Sem mais demoras.


Segundo lugar, um vídeo de comédia que introduziu a expressão panisga no meu vocabulário. É muito engraçado, dou por mim a imitá-los muitas vezes. E panisga é uma palavra com uma sonoridade deveras agradável, senão vejamos.



Dá vontade de chamar panisgas a toda a gente. 
Por último uma música de Josh Rouse. Este músico andou na minha moda durante os tempos. Saiu, não voltou a cair-me totalmente no goto, mas sabe bem ouvi-lo ao mesmo tempo que a chuva bate no pára-brisas do carro. Fica aqui Love Vibration.


E já foi mais um post.

Fim de Crónica

P.S.: Não ficou aqui registado, mas este espaço abriu as suas portas há mais de um ano e ninguém lhe deu os parabéns.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Estou viciado nesta música

Estou positivamente viciado nesta música. Lykke Li é sueca e estará em Lisboa para a semana para apresentar esta e outras músicas. 

Ficam aqui três versões: a normal, a acústica e a dança. Sinceramente prefiro esta última.

Normal


Acústico


Dança


Sou um peregrino de Lisboa, farto-me de percorrer passeios, a calçada portuguesa que nos passa tão despercebida, que por vezes nem me apercebo da luminosidade que ela traz às cidades portuguesas. Esta semana foi rápida, a casa foi só para dormir. O trabalho voltou. Acompanha com esta música. Não desconcentra. Parte pedra. E ainda não partiu a pedra. Tem de partir até amanhã.

Fim de Crónica

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Quero uma padaria já!

Agora que a internet fez a sua aparição neste bonito lar, tenho perdido a vontade de escrever.


A vida da capital já é normal. Já resta pouco por experimentar. As rotinas apesar de engraçadas, já são rotinas. A chuva estraga muita coisa. É uma avalanche. O trânsito aumenta, o metro é uma lata de conserva, os passeios escorregam e os acidentes podem estar a caminho. Consigo optimizar o tempo entre casa e o trabalho através de travessuras e atravessamento indevido de avenidas largas. Esperar pelo momento certo, em que nenhum carro me pode atropelar.

Ainda assim, há algo que me atormenta. A expressão "pão para fora" não faz parte do meu campo lexical. O pão é para dentro, da boca preferencialmente. Não há negócio de pão quente, a tradicional botique de pão. No caminho que faço a pé todos os dias não encontro. Nas imediações dos dois apartamentos em que estive nem pouco mais ou menos. Por isso, pão vem de Coimbra, a capital da botique do pão. Quando se acaba há o pão do supermercado mais próximo. Senhores padeiros de Coimbra, onde o negócio floresce: para quando a extensão do negócio a Lisboa?

A sugestão musical vai para os Iron and Wine com Flightless Bird. Soube-me bem ouvir isto enquanto chegava ao trabalho e por isso quero aqui partilhá-lo.


Fim de Crónica

sábado, 15 de novembro de 2008

Que são as marionetas?

Aproveitando o facto de este blogue andar com o saldo bastante interessante de visitantes, queria bater um pouco e dizer mal. Mas não é um dizer mal gratuito. Vou tentar fazê-lo de forma suave e subtil acabando com um momento musical.


Tudo começa na tradicional pergunta: então como correu a viagem? Ao que poderia responder: correu quase tudo bem, mas os últimos 0,2% estragaram tudo. E porquê? 

Tudo começa no aeroporto de Bilbau. A neblina cercava todo o vale que abraça a cidade. Estava com sinceros receios de não sair dali. Mas tudo se dissipa e com um  ligeiro atraso o vôo da Iberia parte para Madrid. Uma aterragem ao estilo Ryanair, mas nada mais a assinalar. No fantástico Terminal 4 do aeroporto de Madrid procuro lugar para trincar qualquer coisa. Não fico satisfeito com o primeiro, nem o segundo, nem com o terceiro. Mas acabo por ficar neste. Ligo o computador para mandar uma mensagem para casa. Aprecebendo-se das minhas dificuldades em conectar-me, duas raparigas surgem com dezenas de cupões os quais davam acesso a quinze minutos de navegação cada. Utilizo dois. O avião está atrasado. Percorro o longo terminal e chego à porta indicada. A selecção de Rugby avisa que vai no mesmo vôo que eu, trocam passes no terminal do aeroporto. Entro no avião. Verifico que se os telemóveis estão desligados e reparo que a mensagem que queria mandar para casa tinha sido enviada para mim. O avião descola. Durante a viagem nada a assinalar, à excepção dos jogos de PES para PSP entre os jogadores da selecção de Rugby. Se fizesse muitas viagens, sem dúvida que valeria a pena o investimento. Aterragem de qualidade, depois de passar por cima do meu apartamento. Saio do terminal e apanho um táxi para me levar a casa. A hora adiantada assim o obrigava. A primeira palavra que o taxista proferiu quando eu disse para onde me levar, foi f#?&-§e. Percebi que o curto caminho, para mal do taxista e para meu também, seria um suplício. Tentei a abrir um sorriso e dizer que amanhã poderia ter mais sorte. Mas ele não me pareceu convencido. Entra na 2ª circular e acelera como se nos fosse espetar contra o primeiro maluco que decidisse mudar de faixa sem ter os devidos cuidados. Fez um caminho novo, e com o pior humor lá foi vendendo a ideia que os táxis para Lisboa são na praça de táxis das partidas. Lamentei sinceramente não haver nenhum aviso nesse sentido dentro do aeroporto. 
A cada 100 metros de caminho a palavra  f#?&-§e ia-se repetindo. Não consegui evitar o desconforto da situação, mas calei-me e até chegar ao destino nada disse. No fim, mostrou-me a factura do outro serviço que tinha feito naquela noite. Também para o centro de Lisboa. Ainda me pediu mais 2€ pelas malas, quando fui eu quem as coloquei e retirei do posto de trabalho do senhor. Incomodado o suficiente e sem energia para argumentar com quem tem poucos ouvidos paguei-lhe o que me pediu e fui à minha vida. O que podemos fazer contra isto?

Senhor taxista: ainda há um leque variado de profissões pelas que se escolhe e em todas elas há dias piores, e dias melhores. Nos dias melhores temos que aproveitar, nos dias piores sorrimos e pensamos que amanhã virá um dia melhor. Mesmo assim temos de dar o nosso melhor em ambos os casos, e não criar desconforto aos nossos clientes. Se não fosse eu o cliente escolhido, o mais provável era ter ido exactamente levar alguém a outro sítio de Lisboa. Não podemos esperar muito algo que não é muito provável, porque senão a desilusão é ainda maior. Podia ter recusado o transporte e informar-me da tal praça de táxis da partida que só conheci através de si. Tinha sido melhor para os dois. Pelo menos para mim, para si não sei. Se calhar ainda ia levar alguém aos Olivais, e ainda se chateava mais. Eu sei que a minha aparência não é totalmente do seu agrado, mas espero sinceramente que, ao menos para meninas bonitas muda o seu comportamento. Se for simpático, mesmo que se queixe, e que eu compreenda a sua situação, a probabilidade de arranjar uma gorjeta mais generosa aumenta consideravelmente. Por último não dignificou em nada a sua classe e cada vez que vejo um taxista só me apetece bater por causa de si. As minhas desculpas aos taxistas que não se reveêm no comportamento deste colega.

Ao metro de Lisboa: estendam a linha o mais rápido possível.  

Devia ter ligado o iPod e ouvir os Mary Onettes. Este suecos chamam a atenção pela originalidade do nome e pela música, que, sem ser daquelas de ouvir repetidas vezes é agradável. Fica aqui "Pleasure Songs". É só uma música.

Fim de Crónica

Limpezas

Não sou especialista. Gostos dos aromas, não muito intensos, mas gosto deles. 

Nem sei o que dizer. A semana foi intensa, foi curta, foi de altos e baixos, de regressos e recordações e muitos quilómetros depois, não consigo perceber o sentimento dominante.

Podia fazer uma nova saga do Rocky Bilbao. Mas desta vez o país basco fez má cara. O sol nunca chegou a mostrar-se. Não que seja imprescindível, mas a estímulo que provoca faz-me sentir geralmente melhor. 

Se a vida não fosse avaliada pelo conjunto dos desempenhos profissionais, diria que tinha sido uma óptima semana. Mas, com tempo, tenho deixado de me consolar com bons desempenhos. 
Quando percebi que ia pôr os pés em terreno muito desconhecido já estava dentro do avião. Tive necessidade de recorrer ao meu melhor castelhano para me sentir integrado e mesmo assim foi difícil, porque quando os grupos se distinguem claramente uns dos outros é muito complicado derrubar as barreiras de todos os eles. Ainda assim, houve momentos em que isso aconteceu. Recorrendo a conversas científicas, conversas de futebol ou simplesmente conversas. E agora sim. Para além de todos os portugueses conheço também (pelo menos de vista) os colegas espanhóis. Tudo isto implicou que me sentisse por vezes sózinho, por vezes acompanhado, e outras vezes mal acompanhado. Durante as três horas em que nos sentámos a mesa para comer, pus em causa tudo. Tudo o que ficou para trás. O que tinha, o que tenho e o que posso vir a ter. Umas vezes encontrei sentido outras não. E a dúvida ficou.

Se tivesse que fazer um balanço, seria positivo. Mas ainda faltam fazer as limpezas. 
E por falar em limpezas, aqui fica a minha música favorita para ouvir enquanto as efectuo. Isso não acontece muitas vezes, mas quando a Feist solta este Mushaboom tenho vontade de dançar com a esfregona.



Fim de Crónica

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pérolas

A novidade que é viver em Lisboa vai-se perdendo. Já há rotina. Já não há aquele pensamento que marca a semana, que me acompanha enquanto atravesso a Avenida da República a caminho do trabalho. Já há estabilidade, o que não significa que haja tranquilidade interior. Mas ao menos há um espaço meu na capital. Ainda não me cativaste o suficiente para ficar mais tempo. Ainda tenho de regressar à base no fim de semana para poder carregar baterias.


Fins de semana carregados de inércia onde a televisão e o sofá são reis. O tempo parece curto. Os dias também. A agenda é carregada. Quando finalmente estou pronto para descansar eis que é hora de partir e regressar à capital. 

Encontrei uma música deliciosa. Daquelas que dá vontade de ouvir mil vezes. Doce. Já houve alguém que se lembrou do mesmo e por isso decidiu colocá-la como banda sonora da Vodafone australiana. 


Este conjunto escocês de Glasgow, chama-se Pearl and the Puppets e a música Because I do. E se soube a pouco o anúncio da Vodafone, aqui fica a música completa, sem vídeo, apenas com imagem, para poderes trabalhar e ouvir ao mesmo tempo.


Fim de Crónica

Conselho

Este anúncio está muito bem feito. Desde o guião, à banda sonora, à fotografia, ao conteúdo.



Mexe, não mexe?

Fim de Crónica

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O português é doce

O fumadores diriam que o português suave. Mas um indiano que por aqui passou há minutos e levou toda a gente para almoçar disse que o espanhol é mais fácil, mas o português é mais doce. Isto no que diz respeito à aprendizagem da língua. Haverá outros aspectos em que a frase se confirma, mas não vou aqui enunciá-los.


Para não dizerem que eu ando sempre na berra e que só ouço música do século XXI, aqui fica uma recordação de uma banda marcante dos anos 90. Masterplan dos Oasis.



Fim de Crónica

domingo, 2 de novembro de 2008

Comboiadas

Para acompanhar a leitura de um post sobre uma viagem de comboio nada melhor do que um dos vídeos que mais me fascinou desde que o conheço. Está estupidamente bem feito.



Na sexta-feira regressei a Coimbra mais cedo. Soube-me bem. Viagem de comboio. Completamente a abarrotar. Se fosse na Índia não tenho dúvida que haveria pessoas por cima dos vagões, mas felizmente ainda não chegámos a esse ponto. Não sou o tipo de pessoa que goste de manter conversa com o passageiro que viaja comigo. Seja a velhota de buço ou a miúda mais gira do mundo, gosto de ver a paisagem a passar enquanto vou ouvido o que o iPod tem para me dizer. Não deixo no entanto de reparar no que se passa à minha volta. Reparo que a passageira que viaja ao meu lado, uma sexagenária, se desloca à carruagem bar onde compra uma cerveja fresca e traz uma palhinha, para beber o líquido como se fosse uma coca-cola. Dois factos estranhos a assinalar: uma sexagenária a beber cerveja, estará a prevenir a osteoporose? O segundo facto é beber cerveja com palhinha. Segundo testemunhos, a cerveja sorvida desta forma "bate mais". Será que a senhora procurava o seu Nirvana? 

Segunda caricatura vai para um passageiro que começou a viagem de pé. Ao fim de meia hora continuava de pé. Ao fim de uma hora, ainda de pé. Aí intriguei-me e reparei que o senhor vinha virado no sentido da marcha do comboio, aí pensei que se calhar ele enjoava de andar contra o sentido de marcha. Mas gabo-lhe a paciência. De Lisboa a Coimbra, foram duas horas de pé.

Por último, finalmente percebi por que os comboios têm tantos lugar no sentido contrário ao da marcha. Já alguém viu fazer inversão de marcha com comboios? Eu não. A única coisa que inverte a marcha é a locomotiva. E mesmo essa, limita-se a mudar a sua posição na composição. Como não é possível inverter a marcha, há que equilibrar os lugares de costas e os lugares de frente.

Fim de Crónica

Porque fantasmas?

A ideia que trago esta semana veio de uma conversa sobre a minha adaptação à capital. Alguém me disse que Lisboa é uma cidade fantasma nas noites de semana.


Foi este o meu pensamento dominante. Numa cidade em que os jovens trabalhadores prolongam a sua ineficiência por horas extraordinárias, numa cidade onde amigos não se vêem durante várias semanas é natural que é difícil marcar o que quer que seja depois de um dia longo de trabalho. Salvam-se honrosas excepções: teatros, cinemas e concertos. Muitos concertos, mas a preços proibitivos para quem, depois de pagar a renda da casa, pouco lhe resta para a farra.

Salvam-se ainda os jantares às quintas-feiras. Esta quinta havia vários jantares mas que no fim resultam num só. Um jantar de antigos estudantes de Coimbra a viver em Lisboa. São muitos, muito mais do que aqueles que estiveram presentes e preparam-se para tomar de assalto a capital e alargar o seu poder de influência. Está a ser um começar de novo, depois de terminado, e esta ideia agrada-me. Agora com um novo lar e alguns haveres que foram transportados de casa.

Mais uma semana pela frente. Cada vez custa menos. Eu se que não sou fácil à primeira vista. Tens me dar tempo Lisboa. Mas estás no bom caminho.

Não conheço nenhuma Kelly, mas se conhecesse já lhe tinha cantado ao ouvido esta malha dos australianos Van She. São muito bons, e da Austrália. Não tenho culpa, é a minha onda agora.



Fim de Crónica