domingo, 2 de novembro de 2008

Comboiadas

Para acompanhar a leitura de um post sobre uma viagem de comboio nada melhor do que um dos vídeos que mais me fascinou desde que o conheço. Está estupidamente bem feito.



Na sexta-feira regressei a Coimbra mais cedo. Soube-me bem. Viagem de comboio. Completamente a abarrotar. Se fosse na Índia não tenho dúvida que haveria pessoas por cima dos vagões, mas felizmente ainda não chegámos a esse ponto. Não sou o tipo de pessoa que goste de manter conversa com o passageiro que viaja comigo. Seja a velhota de buço ou a miúda mais gira do mundo, gosto de ver a paisagem a passar enquanto vou ouvido o que o iPod tem para me dizer. Não deixo no entanto de reparar no que se passa à minha volta. Reparo que a passageira que viaja ao meu lado, uma sexagenária, se desloca à carruagem bar onde compra uma cerveja fresca e traz uma palhinha, para beber o líquido como se fosse uma coca-cola. Dois factos estranhos a assinalar: uma sexagenária a beber cerveja, estará a prevenir a osteoporose? O segundo facto é beber cerveja com palhinha. Segundo testemunhos, a cerveja sorvida desta forma "bate mais". Será que a senhora procurava o seu Nirvana? 

Segunda caricatura vai para um passageiro que começou a viagem de pé. Ao fim de meia hora continuava de pé. Ao fim de uma hora, ainda de pé. Aí intriguei-me e reparei que o senhor vinha virado no sentido da marcha do comboio, aí pensei que se calhar ele enjoava de andar contra o sentido de marcha. Mas gabo-lhe a paciência. De Lisboa a Coimbra, foram duas horas de pé.

Por último, finalmente percebi por que os comboios têm tantos lugar no sentido contrário ao da marcha. Já alguém viu fazer inversão de marcha com comboios? Eu não. A única coisa que inverte a marcha é a locomotiva. E mesmo essa, limita-se a mudar a sua posição na composição. Como não é possível inverter a marcha, há que equilibrar os lugares de costas e os lugares de frente.

Fim de Crónica

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