quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Medos e Fugas

Durante a maior parte do tempo em que me dedico à lavoura, não a das couves e batatas, mas sim ao meu cultivo de modelos para fala, sou constantemente acompanhado por uma banda sonora da qual sou dono e senhor. Não gosto, mudo de música. É bom não é?
Os últimos dias não têm sido de grande fertilidade, quer dizer, talvez, não sei. Esperar horas para que o computador vomite resultados não será sinal de fertilidade? Talvez, mas incomoda-me a ideia de esperar tanto tempo, e ser tão paciente. Tanto tempo de esperar põe-me a pensar em todos os meus medos, e a aumentá-los ainda mais. Parece que a cada minuto que passa há mais um medo que tenho e que me asfixia. E assim fico escravo de tanto medo e fico na plataforma a ver passar comboios.

A música de vez em quando serve para esquecer alguns medos, e tirar-me daqui por momentos. Esta música tem tido esse efeito em mim. Dá pelo título de "Elvis ain't dead" e é de um grupo que o sugestivo nome de "Scouting for girls". Que bom que era estar a dançar isto com os meus passos descoordenados e pesados. Que sensação de liberdade...
Quando volto ainda está o computador a ruminar...

Fim de Crónica

sábado, 26 de janeiro de 2008

Um dos discos da minha playlist

Não sou nenhum crítico musical, não ambiciono sê-lo. Vou muito pelos sentimentos que música me provoca. Esta música é retirada de um dos discos que tem rodado insistentemente na última semana da minha vida.

O disco chama-se the "Boy with no name" e é dos escoceses Travis. Algumas música muito melodiosas e que nos fazem sonhar, como "Battleship" e "Selfish Jean", assim como este "My Eyes". Belo disco para ir a ouvir de manhã no carro.

Fim de Crónica

Teoria dos abraços

Decidi roubar este vídeo de um dos melhores blogues do mundo a seguir ao meu. Achei-lhe piada e decidi tecer alguns comentários a seu respeito.


Muito embora este vídeo seja exclusivamente dedicado a abraços entre homens, acho que tirando as palmadas vigorosas que damos no fim, em nada difere dos abraços que damos a senhoras ou meninas.
Ora este vídeo tira a magia toda ao abraço, porque assim deixa de ser uma coisa emocional para passar a ser um conjunto de regras e etiquetas que tenho de cumprir de cada vez que damos um abraço.
Ao ver este vídeo lembrei-me de uma frase que José Luís Peixoto escreveu no "Cemitério de Pianos" onde uma criança diz: "Dá-me um abraço com a força de que gostas de mim". Achei a frase fantástica. E pensei um pouco nela e a rever alguns abraços. Os meus abraços são tão mais fortes quanto o apreço que eu tenho por quem estou a abraçar. Se não houvesse esta admiração ou outro tipo de sentimento, acho que me ficaria pelo aperto de mão ou dois beijos, seguidos da pergunta retórica: "Então? Tudo bem?".

Mas nunca me vou esquecer da inclinação da cabeça.

Fim de Crónica

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Eterna Insatisfação

Ainda ontem me queixava que nesta semana tinha trabalho poucas horas, e agora já escrevo post em horário de trabalho. Talvez isto me ajude a encontrar uma saída para o meu bloqueio, enquanto espero por uma conversa com alguém mais experiente, essa sim que certamente irá desencadear uma série de novas questões e dúvidas. No fundo é a minha rampa de lançamento para alguns dias de trabalho com produtividade elevada. Produtividade elevada? Não estarei a cair no exagero de querer muito mais de mim, ou será simplesmente uma vontade de estar plenamente naquilo que estou a fazer...

Sei que as minhas questões existências são muito desinteressantes, mas a ideia de escrever não esteve aí. Esteve sim enquanto ontem à noite olhava para duas enormes fotografias de grupo que tenho no meu quarto, de dois cursos de Verão que fiz em Inglaterra, para impulsionar o meu conhecimento da língua hoje aceite como global. Para além do conhecimento da língua, estes cursos são óptimas experiências de convivência e câmbio cultural. Infelizmente nem toda a gente teve esta oportunidade, sinto-me profundamente agradecido por tê-la tido.

Enquanto mirava as caras fiz um exercício simples: olhar para cada uma das pessoas que aparecia na foto e lembrar-me da sua nacionalidade. Não foi fácil chegar à nacionalidade de alguns. Foi fácil verificar que estavamos quase todos dispostos em aglomerados da mesma nacionalidade, que os profs estavam todos na mesma fila com director no centro da foto. Mas não me fiquei por aqui. Comecei a pensar no que sentia no início daqueles cursos. Num sítio onde não se conhece ninguém, normalmente há menos resistência à primeira abordagem. Todos damos o benefício da dúvida, porque não conseguimos viver sem relações e vamos ter necessidade delas durante as semanas que vamos passar ali. Por outro lado, não há conhecimento do passado, dos defeitos e qualidades de cada um, é um começar de novo. Durante os anos em que fiz estes cursos, 2000 e 2001, estava inequivocamente numa altura de necessidade de afimação pessoal, e naturalmente fechado sobre mim próprio, com a minha enorme teimosia, convicto de que conseguia resolver os meus problemas por mim, por isso sentia que estes cursos onde começávamos do zero em termos de relação eram uma nova oportunidade para mim. Para ver bem até onde a teimosia chegava, recordo-me particularmente de ter negado o adiamento de um teste de português, contra a vontade de toda a turma (toda é mesmo toda), só porque já tinha estudado a matéria, e não me apetecia voltar a estudar outra vez a matéria. Como todos vieram falar comigo para ver se eu cedia, era como se fosse o centro das atenções e sentia-me bem com isso. É claro que hoje isto me parece ridículo, e dou graças por ter crescido em todos os aspectos.

O certo é que ao fim destes anos todos, das cerca de duzentas pessoas que figuram nas paredes do meu quarto, ainda tenho contacto com talvez umas quatro, o que não me parece pouco, atendendo ao pouco tempo que estivemos juntos.

Estes cursos trazem sempre recordações fortes, e histórias engraçadas que merecem ser contadas. São semanas muito intensas, em que há sempre coisas para fazer, entre aulas de inglês, aulas de outra coisa qualquer, jogos de futebol, actividades nocturnas, e profs a ver se toda gente está deitada à hora.

Brevemente mais crónicas...

Fim de Crónica

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A culpa é toda minha

Mais um vídeo. Sim é pouco original, e sinal de falta de ideias. Mas neste momento em que sou a única pessoa no meu local de trabalho que não estou a manter uma conversação com mais ninguém. Tenho aqui um artigo para ler, e consigo-o ler sózinho. Infelizmente, a minha concentração está num dos seus piores dias, e por isso não o consigo ler com todo este ruído, que é bom e positivo, e muito mais construtivo do que alguém que estar para a aborrecer outras pessoas com as minhas parvoíces.



Sendo assim vou vendo uns vídeos, e neste particularmente, sinto que há uma altura do filme em que o Ricardo está a falar comigo, não sei mas parece mesmo. Ricardo não era preciso te preocupares. Eu sei que é por minha causa que o país não anda para a frente, mas sinceramente, não consigo ter a paz interior suficiente para fazer com que este país ande para a frente. Noutro dia. É sexta-feira. Amanhã não há trabalho...

Fim de Crónica

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Área de Serviço

DSC00065 Nesta foto pode-se ver a minha figura numa área de serviço da região Norte, depois de uma directa com Deus no Porto. Aquele tipo de coisas que ninguém com juízo faz. Estou com um ar profundamente cansado, pior que isso estou com um ar alucinado, diria mesmo.

"Tenho de estudar" é das frases mais repetidas quando em conversas, ou simplesmente tentativas de combinações frustradas. Estudar é coisa que por ora não tenho por hábito fazer. Agora descanso dos Janeiros enfiados em casa, no bunker, a absorver o conhecimento de livros, fichas ou todo e qualquer outro método de aprendizagem. Não que as leituras, as horas de angústia por não perceber algo que me inquieta tenham deixado de existir, mas agora não há provas de fogo. O que há para perceber é aquilo e só aquilo. Não há por aí muita gente que se possa dar a este luxo.

Como não tenho a cabeça ocupada de exames, decidi abrir uma área de serviço, onde os caros amigos possam recuperar forças para o que resta da vossa viagem. A área de serviço encontra-se aberta na maior parte dos dias de noite, e ao fim de semana. Tem uns horários um pouco estranhos. Tenho de arranjar quem me faça os outros horários. Pode ser que por vezes haja umas horas especiais de lanche...

Enfim é usar e abusar.

Fim de Crónica.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A Anita é boa pessoa?

JOS_CI~2

José Cid, um compositor estrondoso. Nas suas músicas a métrica é implacável, as rimas não faltam, e não há aquela comezaina de sílabas característica das música portuguesas cujos versos são intermináveis.
Todo este fascínio de José Cid pela métrica pode ter resultados desastrosos, ou seja, letras mirabolantes com significados duvidosos.

Vamos para isso analisar o seguinte refrão:

Lá vai o Zé da Anita
Chegou a Noite e o Zé lá vai
A Anita não é bonita
Mas acredita que a noite cai

Rima de primeira qualidade, cruzada. Mas fecho os olhos e o que vejo é o Zé a ir a correr, continua a correr e a lua a subir. A Anita de óculos e aparelho, à janela de noite, espantada porque sua crença confirma-se, a noite caiu. O que mais me intriga neste refrão é saber exactamente o que quer dizer esta relação entre a beleza da Anita e a noite cair. É que acreditar que a noite cai, não é difícil, porque a noite cai mesmo. Em sentido figurado, mas cai. Será que o facto de acreditar que a noite cai, torna-me mais bonito, ou mais puro de coração? Ou será que a beleza da Anita sobressai na escuridão?

Apeteceu-me dissertar sobre isto, sou mesmo triste.

Fim de Crónica

Dancem

Hoje já ouvi quatro vezes esta música. É profundamente viciante, põe-me a dançar por dentro, já que aqui no trabalho não me posso pôr a dançar feito tonto.

Aproveitaram? Já estão todos a dançar?

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Precisamos de Santos

Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças de ganga e sapatilhas.
Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.

Precisamos de Santos que colocam Deus em primeiro lugar, mas que também se 'esforcem' na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que se consagrem na sua castidade.

Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida no nosso tempo.

Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.

Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot-dogs, que usem jeans, que sejam internautas, que usem walkman.
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de desporto.

Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um 'copo' ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres e companheiros.

Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo mas que não sejam mundanos.

João Paulo II

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Jacaré Tour 2007-2008

2007 foi um ano demasiado rápido, ainda assim deve ter sido o ano em que estive mais horas acordados, o que constitui um contrassenso, porque foi de facto um ano rápido.

Fica marcado por algumas experiências marcantes. Uma delas foi a formalização do Jacaré Social Club, um grupo que vai marcar este novo ano, ou talvez não. Uma das características deste grupo são as Tours, ou seja, as viagens deste grupo de jovens sediado em Coimbra, e que se lança para o mundo. Todos os Verões há uma digressão ao sul do país para aproveitar um belo período de férias, com praia, com sol, com míudas, com música, com copos, muitos copos.

Este ano fica marcado também pela primeira tour internacional, a tour italiana, que foi um sucesso. Passando por Turim e Milão, este grupo de jovens foi espalhando o seu charme.

Agora em 2008, há que fazer a revisão da matéria dada de uma tour que vai ficando, e tornando-se uma tradição cada vez mais sedimentada, a tour de fim de ano. Este ano por terras algarvias.

Chegados a sul, depois de passar pelo nevoeiro, com promessas de aparecimento de D. Sebastião, e com descontrolo dos aparelhos de navegação, houve um primeiro momento com jantar, aniversário, uma grade de minis esgotada, comida que nunca mais acabava, poker, vinho... Dia seguinte: praia com banho em pleno inverno, um reabastecimento de mantimentos, jogo nocturno na praia dos três irmãos. À noite há que abrir caminho e conhecer o sítio certo para ir na última noite do ano. Regresso ao lugar do costume, a clássica caiprinha de Alvor, indispensável numa visita nocturna a alvor. Onde andam as pessoas? Pouca gente na rua. Voltam-se agulhas para a praia da rocha, onde se pode ver que as multidões continuam escondidas. Procura-se um sítio onde se respeitem as cotas mínimas de presença de mulheres em espaços nocturnos. Tal não é possível de modo que tenta-se um espaço com entrada gratuita. Aguenta-se bem mais do que pude alguma vez esperar, reencontram-se companheiros de refeições a meio da tarde, que migraram para outras paragens, fui discriminado por ser de Coimbra, e quando as pernas não aguentam mais, toca a ir dormir.

Sol de Inverno abrasador, que engana os turistas mais distraídos, e que nos faz transportar até a um Verão com poucos banhos. Depois de um período de solário, qual abóbora estendida na esteira, havia que fornecer um meio de sobrevivência para os moluscos, a água salgada do mar. Após dez minutos de banho pela cintura, ganhei coragem e deixei-me tentar por um delicioso banho de mar. Por momentos pensei que era mesmo Verão, não sentia qualquer frio. Quase o sol se punha, quando um colorido anormal vem do céu, o colorido de algumas dezenas de paraquedistas que preencheram os céus de Alvor no último dia do ano. Cada um que molhava os pés era festejado como se de um golo se tratasse. No fim os seus aviões efecturam voos razantes plenos de espectacularidade. Já a noite caía, e chegava à hora de ver que os Jacarés dominam a cozinha. Um menu ao nível de qualquer hotel de cinco estrelas, regado com qualidade, só faltou o requinte de uma mesa de hotel, que por mim é de todo dispensável.

Há coisas a que não podemos chegar atrasados, porque simplesmente não podemos atrasar o tempo. Foi já perto das doze badaladas, depois de analisado o perfil orográfico da região, concluí que o farol de Ferragudo seria o lugar ideal para assistir a um espectáculo de fogo amplamente publicitado. Acontece que mais gente fez a mesma análise o que provocou filas de trânsito no acesso, e foram sucessivos atalhos entre estrada e caminhos de terra batida que nos fez chegar ao meio do mato, a cerca de 200 metros do local pretendido. Sem a visão desejada, apenas os fogos que subiam pelos céus faziam vibrar os jacarés. Depois veio uma série de primeiros eventos de 2008, champanhe, passas, excreções, piadas, piadas secas, filas de trânsito, e o regresso ao hotel de cinco estrelas para finalizar a refeição deixada a meio, e um reabastecimento final em casa, pois em todas as outras áreas de serviço, o combustível para uma noite de farra estava grandemente inflacionado. Voltando aos locais da noite anterior, seguimos uma pista que vinha da noite anterior que não se veio a confirmar, a discoteca mais badalada do barlavento, com enchentes sucessivas no Verão estava encerrada. Seguindo os mesmo principíos da noite anterior, foi procurar um sítio entre as várias ofertas, todas elas apetrechadas de pessoas por todo o lado. Bares que primam pela ausência de clientes durante o Verão, estavam agora repletos de foliões, a celebrar um ano novo. Depois de ponderada discussão, reflexão e análise de todas as propostas, fomos para um desses bares. Mais uma vez, não respeitavam as cotas, o que provocou um inabitual engarrafamento na casa de banho dos homens. Não havia volta a dar, estava decido que as cotas não seriam respeitadas em nenhum espaço da extensa zona de diversão nocturna. Foi mexer o corpo, porque dançar é uma coisa que eu tenho dificuldade em fazer, até não poder mais. E chegada essa altura, deixei cair os braços, e qual petiz fiz cara de amuado, e disse: "não danço mais". O passo seguinte foi as negociações para as viagens de regresso aos respectivos quartéis generais. Dado esse passo, era hora de kiss&cry, bom ano novo, e vemo-nos por aí. Belo fim de ano!! Hein??

Fim de Crónica

P.S.: Esta crónica pode ser completada por todo e qualquer jacaré na secção de comentários,.