quinta-feira, 28 de maio de 2009

Melhor é possível

Olá! Estão bons? Está calor, não está? Já não era sem tempo. O único inconveniente é a falta de um chinelo confortável para circular pelas ruas de Lisboa a pé. Sendo assim, tenho que suportar a estufa que são as minhas sapatilhas em dia de canícula. Pensava eu que era calçado de Verão.

Já chega de dissertações sobre tempo e calçado. Não é sobre isto que queria escrever hoje. Há alguns dias que arrancou a campanha para o parlamento Europeu. Confesso que gosto de política, mas gosto de me manter à margem. Não gosto de ser implicado, gosto mais de criticar e construir de fora para dentro. Também eu me sinto desiludido com a classe política em Portugal. Pode ser até um mal meu, mas vejo mais vontade de destruir do que de construir. Vejo mais vontade de criticar e deitar abaixo do que apresentar soluções que possam de facto resolver os problemas da população. Não é por isso que deixo de ir votar, é a minha única forma de expressão de minha vontade política.

Há coisa de um ano, numa tarde de um fim-de-semana chamado Monstros & Companhia, eu e os restantes Monstros tinhamos um convidado para uma conversa. Rui Marques de seu nome. Não fazia ideia de quem era. Mas à medida que as conversa se foi soltando, fui percebendo que este senhor tinha organizado uma série de iniciativas absolutamente louváveis em nome de causas nobres. Falo do Lusitânia Expresso, do Fórum Estudante, entre outras. Disse na altura que estava prestes a entrar pelo caminho da política. Lançou-se para a criação de um novo partido, o Movimento Esperança Portugal. O discurso dele pareceu-me diferente dos outros políticos. Era um discurso de esperança, de construção de pontes, e não do criticar por criticar.
Fiquei deveras interessado no projecto que semanas depois, já num tom formal fui à apresentação das bases do partido. Dei a minha assinatura para que o partido fosse criado e trouxe mais umas folhas para que amigos assinassem. A minha participação ficou-se por aqui.

Agora que começa um novo ciclo eleitoral, o MEP está aí de novo. Acompanho as novidades do MEP via redes sociais, site e não dispenso os diários de campanha colocados no YouTube. No debate a 13 (!!) na televisão senti mais uma vez um discurso diferente por parte do MEP. A Laurinda Alves esteve muitíssimo bem, e não seguiu a linha de alguns candidates que tornam os debates insuportáveis e pouco esclarecedores. Tal como no futebol, os media dão muito mais atenção aos grandes, e por isso a mensagem pode não passar. Mas com os apoios de figuras muito conhecidas da sociedade portuguesa, começo a acreditar que é possível. Apesar da escassa cobertura, a campanha do MEP já foi elogiada pelos órgãos de comunicação social ao nível organizativo. Diria que é um bom começo.
É possível haver melhor política em Portugal. É isso que espero do MEP. E por isso dia 7 o meu voto vai para para o 6º quadrado do boletim de voto.

Bem a propósito, a banda sonora para hoje é uma renovação. Quatro músicos portugueses da nova geração (Nuno Gonçalves e Sónia Tavares dos Gift, Fernando Ribeiro dos Moonspell e Paulo Praça) pegaram nalguns temas de Amália Rodrigues e fizeram um disco. Agora que já o ouvi todo, posso dizer que é um dos melhores da música portuguesa dos últimos anos. A amostra está a cargo de Gaivota.
Mais uma prova de que melhor é possível.


Fim de Crónica

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Futebol e miúdas

Lisboa dá-me sono. Os ares que por aqui circulam dão-me uma imensa sonolência. O café está a chegar ao fim. Anseio pela chegada da nova encomenda. Mas não é sobre isto que vou dissertar aqui hoje.

Eis que termina mais um campeonato. Agora vêm cerca de 3 meses sem bola no que diz respeito ao campeonato português. É certo que há por aí umas competições de selecções, com menor importância. Mas o entretém dos fins de semana está de partida. Dada a quantidade de trabalho que conto ter daqui adiante, até me parece boa ideia.

Está na altura de balançar esta época. Tinha dito há uns tempos que já não via futebol com a mesma alegria. É verdade. Ainda estou em fase de recuperação. Não é fácil recuperá-la num campeonato que carece de emoção e de interesse onde ocasionalmente lá aparece um outsider para ombrear com os grandes, onde há salários em atraso e onde os bilhetes são para quem pode. Não obstante isso tudo, o futebol é o espectáculo a que vou mais vezes, e com gosto. Estar na bancada a ver um jogo, à conversa sobre tudo e sobre nada é um bom programa de fim de semana. A recuperação da alegria de ver futebol vem do belo comportamento da Académica durante a época. Houve uma clara evolução. À excepção dos jogos com os grandes, em todos os outros da segunda volta, senti que a Briosa entrava em campo com boas hipóteses de vencer, e jogava de igual para igual com o seu adversário, nunca lhe sendo inferior. A atitude com que a equipa entrava para dentro do campo era outra. Não se amedrontava perante os adversários e isso faz toda a diferença. Domingos foi o único treinador que não teve lugar no cemitério de treinadores que é a Académica. Outros treinadores que passam por Coimbra saíram bem menos creditados do que entraram. O próximo treinador que vier terá o trabalho mais facilitado, o caminho já foi desbravado por Domingos.
Lá por cima, tudo na mesma. Porto campeão, Sporting segundo, Benfica terceiro.

O futebol é um óptimo assunto para quebrar o gelo. Faz sair de mim algumas (bastantes) emoções. É um jogo inacreditavelmente belo e imprevisível. É um fenómeno social deste tempo.

Volta depressa que eu tenho saudades tuas.


Música: Animal Collective com Girls. Retirado do último álbum destes conceituados músicos indie, absolutamente aclamados pela crítica. Para quem gosta de abanar o capacete abaixo deixo o belo do remix.


Fim de Crónica

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Números

Foi em Janeiro, e parece que foi ontem.
Há alguns anos que ouvia falar de pessoas que tinham números, e que os número queriam dizer alguma coisa sobre o tipo de personalidade. Há alguns anos que me sentia de certa forma marginalizado por não fazer parte dessa elite. Há alguns anos que não havia oportunidade de procurar o meu número, mas este ano houve. É uma experiência que abana. De tal forma que passados estes meses penso em números todos os dias. Não consigo fugir à tentação de perceber quais são os números dos outros, pelo simples facto de isto me facilitar de certa forma a vida. 


Deixo aqui o meu contributo para a última ediçaõ do CUMNicação, o jornal do CUMN em que falo sobre este assunto. O jornal encontra-se à venda no CUMN, na Rua José Falcão em Coimbra.


"Nove números. Qual será o teu?

Bem podia ser um novo concurso de televisão dos serões de dia de semana. Mas não é. É o Eneagrama.

Pode ser perigoso atribuir rótulos a pessoas, mas esta ciência milenar, com origens no médio oriente vai aos poucos sendo comprovada por estudos recentes de psicólogos. O Eneagrama procura definir o tipo de personalidade base de quem a ele se submete e se deixa levar por esta ferramenta de autoconhecimento. Existem os tais nove tipos de personalidade, a que cada um corresponde um número.

Qualquer descrição que eu procure fazer sobre este fim-de-semana, pode soar algo polarizada. Se o amigo leitor procura com este artigo encontrar o seu tipo base de personalidade, desengane-se. Não há nada que eu possa fazer por si. Apenas lhe posso sugerir, que se deseja conhecer-se um pouco melhor embarque na aventura do Eneagrama.

Apesar do Eneagrama ser um curso de fim-de-semana, sinto que não acabou. A cada dia que passa vou provando e comprovando o que o Eneagrama foi dizendo do meu tipo de personalidade. É fascinante. Parece um cliché, mas passei a tratar “os bois pelos nomes”, a olhar para os outros de maneira diferente, a tentar enquadrar os seus momentos piores nas reacções típicas que me fui absorvendo durante aqueles dois dias. Estou todos os dias a fugir da tentação de colocar números nas pessoas. Às vezes penso que seria bem mais fácil assim. Se calhar encontraria a fórmula para me relacionar com toda a gente. No fim disto tudo lembro-me que o Eneagrama é dinâmico: se estamos integrados (quer dizer qualquer coisa como “estar bem” em linguagem de Eneagrama) absorvemos as qualidades dos vários tipos de personalidade, se estamos desintegrados vamos coleccionando defeitos dos vários tipos de personalidade. E tudo volta ao início e penso que afinal não é aquele o número, e não vale a pena procurar um número.

E não se fica só pelos outros. A maneira como me olho, e como reajo perante situações do dia-a-dia tem agora explicação. Reparem que disse explicação e não justificação. Agora que sei como reajo acho que estou em muito melhor posição para lutar contra esses comportamentos que o Eneagrama chama de compulsão. Se este conhecimento for bem usado, posso aos poucos pôr-me a render.

A vontade do Homem se conhecer a si mesmo, está expressa pela quantidade de informação sobre o Eneagrama que se pode encontrar na Internet. Pouca é fidedigna. Considero-me privilegiado por ter participado neste fim-de-semana, por ter sido guiado pelo P. Gonçalo Eiró sj, com ajuda da Mim e do João Pedro. Há fins-de-semana de Eneagrama com alguma regularidade, se o amigo leitor estiver interessado pergunte por eles no CUMN.
Recomendo vivamente"

Para banda sonora, temos a música que mais tenho ouvido nos últimos tempos. Chama-se In For the Kill de La Roux. Apesar do nome bem francês, este duo inglês está a dar cartas na música electrónica nesta primeira metade de 2009. É sem dúvida um dos grandes temas do ano até agora.



Fim de Crónica

terça-feira, 19 de maio de 2009

Já tive 22

Já tive 22 anos. Foi uma idade boa. Não foi assim há tanto tempo.
Desde então algumas coisas mudaram. Mas contínuo a escrever coisas em blogues. 

Aos 24, depois de duas semanas de trabalho intenso, estou com imensa vontade de tirar o pé do acelerador. Bolas, agora que finalmente tinha conseguido dar um cheirinho, estou com vontade de parar na primeira área de serviço. Assim não José. Assim não pode ser. 

Facto curioso: demoro tanto tempo da minha casa ao Colombo, como demorava da minha casa ao Fórum Coimbra. O parque de estacionamento do Colombo tem mais lugares de estacionamento do que algumas cidades deste país. De tal maneira que a ronda da segurança é feita num carro de golfe. O que faz sentido. Estamos no buraco.

A convicção é muito importante. Não importa que barbaridades se digam, se for com convicção pode parecer a coisas mais certa do mundo. A menos que haja alguém na plateia com capacidade de encostar à parede. 

Tenho ouvido menos música do que o que queria. Mas ainda há clientes em lista de espera. A Lily Allen é uma delas. Gosto mesmo da voz desta miúda. A música é pop. Este 22 caiu-me no goto. A versão de disco é melhor, mas intimista, parece que alguém no está a sussurrar ao ouvido. Mas era o que havia no supermercado dos vídeos.


Fim de Crónica

terça-feira, 12 de maio de 2009

Golpadas

Antes que isto deixe de ser novidade, e que estes tipos sejam mainstream na Antena 3, ou outra qualquer rádio, que não passe só grandes músicas, aqui ficam os Golpes. O Ípslon fala de uma mistura entre Heróis do Mar e Strokes. Como foi possível não me ter lembrado antes. As semelhanças com os Heróis do Mar ficam-se pelas curzes e cores, e pela portugalidade inegável desta gente. Aos Strokes foram buscar a sonoridade. Está por aí o disco de estreia destes senhores. Agarrem-no antes que esgote.


Dizer ainda que este Maio está parvo. Está uma frescura de Março.
Dizer ainda que percebi que o desporto me cansa que dessa forma não consigo dormir assim tão poucas horas.
Dizer ainda que tenho saudades.
Dizer ainda que tenho sono e que hoje ao contrário do que é costume tomei dois cafés, pois o trabalho de leitura exige outro tipo de concentração.
Dizer ainda que estou a ficar com o nariz entopido, e o que o meu colega de gabinete veio de Barcelona e está constipado.
E por hoje é tudo.

Fim de Crónica

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Morremos a rir

Não, eu não morri a rir. Apenas ando muito atarefado e apenas hoje decidi aproveitar o intervalo que vai daqui até à hora da aula para dar sinais de vida.

Ao contrário de outros anos (2007 e 2008), não houve aqui qualquer descrição exaustiva dos acontecimentos da Queima das Fitas. Os tempos são outros. Queima continua a ser Queima, é a maior festa de Coimbra, mas agora é para saborear e não tanto para descrever. A única coisa que quero partilhar foi um pensamento que tive na 6ª à noite enquanto estava na barraca do Licor Beirão. Que estranha é a nossa forma de divertimento! Um gajo que mete música que não é dele, está gravada, e as pessoas aos saltos a mexerem-se, sem qualquer comunicação verbal. Acho estranho, mas é um facto que às vezes pode ser divertido. Este é mais um exemplo de que apesar de ser uma apaixonado por música, há um efeito dela que ainda me ultrapassa. É este de a música só por si conseguir entreter as pessoas.

Estou bem de saúde. Com muito trabalho. Com propostas aliciantes para o Verão, mas muito difíceis de decidir.

Quem ainda não morreu a rir foi o Rui Reininho. Há quem diga maravilhas da sua companhia das Índias. Confesso que aquela versão do Bem Bom das Doce, não me empolgava particularmente. Ao contrário deste irreverente morremos a rir.



Fim de Crónica