domingo, 28 de março de 2010

Humor de Portugal

De há uns tempos para cá deixei as viagens de comboio. Deixou de me interessar tanto discutir o TGV ou outras alternativas ferroviárias para Portugal. Nesta semana, por motivos técnicos, abriu-se uma excepção.

A verdade é que a observância da dinâmica dentro de um comboio é algo extremamente inspirador. Desta vez vinha a pensar que Portugal se leva demasiado a sério. Dá-me a ideia que em Portugal tudo se arruma em gavetas. Há determinadas gavetas em que se pode achincalhar, há outras em que é proibido mexer. E por isso há áreas da vida que se tornam para mim aborrecidas porque os seus intervenientes levam-se demasiado a sério. Eu próprio me levo demasiado a sério. Tenho alguma dificuldade em rir-me de mim. É um exercício que gostaria de fazer mais vezes.
Para dar alguns exemplos, e voltando ao comboio, passava na televisão de comboio um programa de turismo com Eládio Clímaco (que mito!). O programa torna-se aborrecido porque não tem graça. Não prende a atenção. Dizem os peritos em comunicação que se deve dizer uma piada perante uma plateia adormecida. Mas este programa é sério. Todos os programas de futebol são também eles sérios. Os de política também. Os de informação é inevitável. Por isso gosto de ouvir a Linha Avançada na Antena 3, o Governo Sombra na TSF e gosto de ver o Eixo do Mal na Sic Notícias e a Liga dos Últimos na RTP. Porque não gosto da carga que têm estes nas sociedades portuguesas.
Há uns tempos descobri o Top Gear, um programa britânico sobre automóveis. Para mim basta-me saber que eles andam, uns mais depressa outros mais devagar, mas andam. Mas o que em Portugal é tratado com a seriedade dos números, os britânicos tratam com humor e fazem de um programa de carros uma coisa interessante e que dá vontade de ver.
Gostei do esforço dos Gatos durante as eleições. A puxarem pelo humor dos políticos. Não acredito que os políticos sejam tão chatos como os programas de política os fazem parecer.
Malta, não nos levemos tanto a sério.

Para abrilhantar a minha reflexão, fica Brick By Boring Brick dos Paramore. Fiquei triste de os ouvir na Mega FM. Mas não é por isso que deixo de achar piada a uma banda com sonoridade típica dos Estados Unidos, mas com uma belíssima voz feminina à frente.




Fim de Crónica

2 comentários:

Gonçalo disse...

sem dúvida que é muito melhor (pelo menos mais estimulante e interesante) quando se abordam assuntos sérios de uma forma humorada e descomplexada.

A música é sofrível. Saquei o album, mas sinceramente acho um bocadinho FM de mais.

Zé David disse...

Vou ter que fazer um post novo, só para retirar esta música do top chart. =)