segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Roteiros turísticos 2009: Itália, Capítulo I

Não se pode tirar os olhos de cima do site da Ryanair. É uma máxima para qualquer jovem trabalhador da geração 1000€ que queira viajar. Outra coisa que a idade ainda me permite aproveitar é a generosidade de quem está por essa Europa fora no programa Erasmus, que gentilmente abre as portas das suas casas temporárias a quem deseja viajar com o mínimo de custos possível. Partindo deste pressupostos, foi pegar na mochila e com um plano de viagem feito em cima da hora, com alterações que não estavam de todo previstas na altura em que os bilhetes de avião foram comprados, e lançar para Itália.


Para além da viagem de avião, no primeiro dia ainda havia algumas horas de comboio para percorrer. O alojamento mais próximo era substancialmente para norte. A linha de comboio entre La Spezia e Génova é toda ela à beira mar, mas como o mar começa onde acaba a montanha, é uma sucessão de túneis, em que o sol vai espreitando nos intervalos. Para quem vinha de um mês cinzento em Lisboa, foi um belo cartão de boas vindas.

O comboio seguia para Milão, mas desci em Pavia, uma pequena cidade de estudantes bem para norte. No caminho entre Génova e Pavia, entre os muitos túneis, havia um manto branco que tinha ficado dos recentes nevões. Depois do mar, veio a neve.

Pavia pouco tem para ver. No dia seguinte bem cedo Génova estava à espera. Génova estende-se sobre colinas, desce da montanha para o mar. É o maior porto de Itália, e também um dos sítios mais improváveis para se ergue uma cidade. Mas isso também faz de Génova uma cidade diferente. Um passeio pela marginal e pelas ruas estreitas ao sol é muito recomendável. Sem ser de uma monumentalidade fora do vulgar, Génova é agradável e simpática para quem a visita. Ao pôr do sol regresso a Pavia para dormir.


Génova

No dia seguinte, saída ainda mais madrugadora. O programa do dia incluía as Cinque Terre. Cinco aldeias/vilas na costa da Ligúria, outrora apenas acessíveis por mar, e que estão classificadas como património mundial da Unesco. São acessíveis de comboio. Existe um apeadeiro em cada uma delas. Estudados os horários dos comboios, deu para ficar cerca de uma hora em cada uma das terras. As terras são Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore, por esta ordem de norte para sul. Da forma como as encontrei. Monterosso tem praia, tem o ar de estância balnear, que em Fevereiro é desolador. As restantes são aldeias com casas pela encosta abaixo, com cores vivas, com barcos de pesca prontos a sair, apenas a fúria do mar os mantinha em terra. Valeram bem a pena as horas nas Cinque Terre, sempre à procura da melhor fotografia, e tentar gravar na memória a singularidade destes lugares. O sol ajudou. Terminado este percurso, segui para Florença, onde se foram juntando mais viajantes.

Manarola, a 4ª das Cinque Terre

Para banda sonora deste post, coloco uma banda de folk irlandês, mas italiana. Foi-me apresentada por italianos que estiveram comigo em Inglaterra. A palavra bichiere que várias vezes aparece ao longo da música, tinha até estes dias um significado desconhecido. Ao pedir um copo de vinho das Cinque Terre em Vernazza, fiquei a perceber o significado da palavra.

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