Bem sei que soube a pouco o escrito anterior. Sendo assim, deixo aqui mais um conjunto de episódios passados na capital.
Na segunda-feira tenho a certeza que fico em Lisboa até ao fim do ano. Começa a saga, procura de casa. A sala do apartamento que neste momento ocupo é simpática, mas apesar de arredados os sofá, ficar um belo recinto de jorkyball, falta o meu espaço. Tudo é excessivamente caro. Ao fim do dia, no regresso a casa deparo-me com uma figura fora do vulgar. Um senhor de origem africana, enconstado à ombreira de uma porta, elegantemente vestido, com um cachecol do Sporting aos ombros. Limitava-se a observar quem passava.
Terça-feira: a tarefa do dia é fotocopiar uma tese de doutoramento para iniciar as minha actividades laborais. Procuro a biblioteca da Faculdade de Letras. Encontro. Procuro a tese. Encontro. Quero tirar fotocópias. A senhora das fotocópias ainda demora cerca de 15 minutos. A biblioteca está deserta. A senhora chega. A fotocopiadora é self-service. Duas horas de gestos repetidos e finalmente tenho a tese para levar comigo. No regresso a casa o mesmo senhor da véspera continua a observar as pessoas que vão por ali passando.
Quarta-feira: Os hábitos de vida mudaram. Não tenho hipótese de ir aos serviços religiosos que tinha por hábito frequentar. Felizmente há algo parecido por Lisboa. Saio mais cedo do trabalho e vou à procura do local. Tinha vaga ideia de onde ficava. Mas estava bem camufelada. Duvidei várias vezes do mapa que me havia sido fornecido, mas quando decidi que ia entrar pela propriedade adentro acertei. Tem menos ar de casa que o CUMN. Mas Deus está lá. Janto por lá. O jantar é parado para saber se alguém tem conhecimento de um lugar que me possa acolher em termos definitivos. Teve piada, apesar do embaraço. Infelizmente não me safei.
Quinta-feira: Primeira incursão nocturna por Lisboa. Jantar no Bairro Alto. A sangria não satisfaz. É pois recambiada e fortalecida. Regressa com outro vigor. Depois de jantar, cumpre-se um circuito pelas ruas estreitas, e por respeito ao dia de trabalho que se segue o regresso a casa é mais cedo do que habitual. Ainda há tempo para uma conversa com o taxista sobre lugares de má fama.
Sexta-feira: Apesar de curta a incursão nocturna, teve reflexões no dia seguinte. Apesar do sono houve trabalho que se cumpriu. E claro o esperado regresso a casa.
Balanço de refeições semana: 2 almoços sem companhia, jantar sempre acompanhado, lanche não existe, pequeno almoço sempre sózinho e uma seia para o estômago não dar horas durante noite.
Espero não ter ofendido ninguém. A música Being Bad Feels Pretty Good, dos britânicos Does it Offend You, Yeah? é o remate deste fim de semana. Dá vontade de dançar e não ofende ninguém. Aproveitem. Boa semana. Espero dar notícias em breve.
Fim de Crónica
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