domingo, 19 de outubro de 2008

Ora bem...

Meus caros,


A redacção deste blogue passou a semana em Lisboa como havia sido anunciado, mas infelizmente não houve qualquer tipo de publicação. Motivos foram vários para que tal sucedesse, mas aquele que eu considero ser mais forte foi efectivamente o meu pouco à-vontade para publicar posts a partir da minha nova secretária. Ambiente novo, com gente trabalhadora, intimida um blogger de horas vagas em trabalho. Outro factor importante é o facto de não ter acesso à rede a partir do simpático apartamento que me acolhe enquanto não tenho o meu espaço em Lisboa.

Viver em Lisboa cansa. Ainda não amo Lisboa. Tudo é estranho. Percorrem-se quilómetros de subsolo. Barulho, muito barulho. E de vários lados, comboios, metro, carros, aviões. Tudo isto pode parecer uma agitação engraçada e fora do habitual, mas é estranho para quem adormece com carros a passar de 10 em 10 minutos. Buzinas é outro ruído habitual. Volta e meia sentado na minha nova secretária lá sai uma buzinadela. E o ruído exterior no trabalho é constante. Já não estava habituado. O pólo II é um sossego. Só é frequentado por estudantes e investigadores.

O Metro. Transporte mais fácil de utilizar para quem não conhece a cidade. E transporte de eleição. A 300 metros da porta do prédio que me acolhe e a 10 minutos do local de trabalho. São percursos desagradáveis pela falta de luz. Mas, por outro lado, a observância dos passageiros que circulam na composição é um passatempo engraçado. O metro é como filmes para adultos, só para maiores de 18. Não há crianças a andar de metro. E se não há crianças também os seus pais não andam de metro, logo a maior parte dos passageiros deste transporte, ora está entre os 18 e os 30, ora está para cima dos 65. Há gente bonita no metro. É preciso estar atento e depende da maneira como acordo. Já não estava habituado ao transporte público. São cansativos, mas baratos. São silenciosos. Parece uma discoteca sem música. Gente ao monte, mas em silêncio.

Ao fim de uma semana Lisboa ainda não parece muito agradável para trabalhar. Por mim, desenraizava a minha casa, e a sua envolvência silenciosa, quase campestre quando comparada com o ruído urbano de Lisboa, e plantava-a pela capital.


A música é dos Pontos Negros, chama-se Conto de Fadas de Sintra a Lisboa e faz parte do novíssimo Magnífico Material Inútil. Só me fiquei por esta música. É gira, tem um ritmo engraçado. Quem me dera transportá-la para o Conto de Fadas de Coimbra a Lisboa.

Fim de Crónica

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