quinta-feira, 19 de junho de 2008

Saída pelos quartos

Foi mau. Estou triste, muito triste. Não vale a pena negar. Pensava que conseguia lidar melhor com o fracasso da selecção, mas isto ainda mexe demasiado comigo. Gostava de pensar que há vida depois disso, mas hoje não consigo. Não me apetece sofrer, mas procuro uma explicação de gente sabida que me possa convencer que houve justiça. Houve, infelizmente houve. A matreirice alemã veio ao de cima, e nós viemos para casa mais cedo do que estávamos habituados com Scolari.


É fácil bater agora, mas depois do jogo com a República Checa senti que houve descompressão. De jogadores, de adeptos e de todo o staff. No futebol, a fronteira entre o sucesso e o insucesso é muito pequena. Marcar primeiro era meio caminho andado, não marcámos. Há um alemão chamado Schweinsteiger que tem a fantástica habilidade de estragar interesses lusos. Pode não fazer nada durante um campeonato inteiro, mas o seu circuito hormonal faz dele um dos mais temidos pela selecção. Ele jogou, foi expulso de vermelho directo e só levou um jogo, e esteve nos três golos. Moutinho falha, a Alemanha marca dois. Nuno Gomes marca. Cristiano falha, Pepe falha, Ballack marca e a partir daqui não senti que fosse possível. Postiga marca, e o coração pula nos últimos cinco minutos. Mas foi tarde.

Scolari sai pela porta pequena, mas tem resultados que em qualquer selecção são bons. Mas não são muito bons. Sai sem um título, que esteve muito perto em 2004, esteve um pouco mais longe em 2006 e bastante longe em 2008. Não é impossível ganhar um título, mas ainda falta dar um passo fundamental. Sentirmos que podemos ganhar, não apenas na cabeça, mas no coração.

Foi esta a maneira que encontrei para me apaziguar nesta armargura que foi nem sequer poder festejar uma vitória retumbante da selecção neste Euro. Não houve uma vitória em nenhum jogo de mata-mata. 

"O futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais que isso."

Fim de Crónica


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