Enquanto vou ganhando inspiração para outras batalhas, e me mentalizo que estou perto de mais uma meta, vou dissertar mais um pouco. Inclusivamente já a tenho à vista, mas estupidamente prefiro ignorá-la, olhando para os adeptos que estão nas bermas da estrada a aplaudir-me com bandeiras de Portugal desfraldadas.
Estou com saudades. Saudades do tempo em que vivia emoções fortes do banco. Em que aplaudia, em que dava o meu lugar no banco para um desconto de tempo. Em que entrava em campo por poucos minutos, e o resto do mundo deixava de existir, tal a vontade que tinha de deixar tudo em campo. Não vejo o dia em que a chuva pare, e que eu calce as botas e salte para o meio do arvoredo, onde se coroam os reis do jogo de rua. Decidi pegar na bola, e no estreito espaço que tenho no quintal, tirar a ferrugem do pulso. Começa a doer ao fim de meia dúzia de tiros. Sem barreiras, nem pressão, só para me divertir, e sentir que ainda sei fazer alguma coisa.
Ver uma corrente de solidariedade é comovente. A maneira como as pessoas se unem por alguém que não conhecem. A maneira como os seres humanos reagem em catástrofes. É difícil ver à distância duas grandes catástrofes naturais bem frescas na nossa memória. Mas foi fácil sentir a corrente contra um drama bem mais próximo.
A música de hoje fala do falso império. Retirada do último dos National, Boxer, um dos melhores de 2007, Fake Empire é uma das músicas mais convincentes de um álbum que aos poucos convece-me de tal maneira, que estou a alimentar esperanças de uma ida ao Oeiras Alive, para ver isto de perto.
Fim de Crónica
Sem comentários:
Enviar um comentário