domingo, 4 de maio de 2008

Noite 1: Os primeiros concertos 5h04

Apetece-me perguntar porquê? Porquê Rita? Porque deixaste aquele tonto jamaicano aos saltos durante duas horas, a reclamar por marijuana legal?


Segunda noite, primeira de parque. Como me dividir entre dois jantares? Eis a questão. Um compromisso já há muito tempo assumido, com amizades recentemente retomadas. Do outro lado um compromisso de última hora com amigos de há muito. Compromisso é compromisso, e com muito gosto fui ao primeiro, embora sempre com aquele receio de não conhecer ninguém... e então? Oportunidade boa para conhecer pessoas novas. 
Sou o primeiro a chegar, sintoma da minha pouca ocupação nestes dias. Enquanto espero, vou vagueando pela baixa, à procura de moletas. Aproximo-me do restaurante, e deparo-me com um insólito sistema de som, de qualidade muito duvidosa, do qual saem os maiores sucessos pimba. Existe também um órgão, mas para já ninguém parece querer tocá-lo. 
Chegado então o monumental bolo, volta a não haver cadeiras para todos. Desta vez o espaço é mais amplo e não fica perto de nenhum com perigo de ser atingido por dejectos líquidos. Entretanto, um homem com um andar diferente, de bigode farfalhudo, senta-se ao órgão. Proclama umas frases, dificilmente inteligíveis, de voz rouca e arrastada. Findo o discurso, coloca os óculos de sol, tira a mão direita do bolso, carrega no play da sua caixa de ritmos e com o teclado do órgão reduzido a meia dúzia de teclas, reproduz grandes sucessos da música portuguesa. 
O jantar terminado, velinhas apagadas, brindes feitos, e que para o ano estejamos cá novamente, é chegada a hora de voltar para trás e ter com outra família. Subi Coimbra acima, apesar de vir um rio de pessoas em sentido contrário, senti medo, medo de ser atropelado, tal a quantidade de pessoas que circulava pelas ruas de Coimbra em hora tão adiantada. Encontrada a nova família de acolhimento, já esta estava de partida. A música chamava por nós. No entanto, o caminho não foi fácil. Muitas paragens, em vários apeadeiros de pessoas conhecidas. O caminho torna-se penoso e já se ouve o Fonseca ao longe. Este Fonseca é danado, gosta de ir para cama com as ovelhinhas. Apesar de já ter tido o prazer de ver o Dreams In Colour duas vezes ao vivo, em registos diferentes, um concerto do Fonseca é sempre um grande momento musical. Kiss me, oh Kiss me e eu a descer a Couraça de Lisboa. Portagem, parque, confusão. Foi relativamente rápido chegar perto do Fonseca. Ainda cheguei a tempo do encore. Que pena. O encore amostrou o que deve ter sido mais um grande concerto. 
Conheço meio parque, aquele que vai até à zona de restauração. As barracas ficam para outro dia. Enquanto se espera por um desconhecido Antony B. Ele sobe ao palco, e começo-me a movimentar ao som do reggae. Não conhecia este senhor, e o reggae não é o meu estilo favorito, longe disso e antes pelo contrário. Mas o senhor tem garra, e tem piada. O concerto perfumado com muitos oregãos, como o reggae manda. Preferia a Rita Redshoes, que se ficou pelo piano com o Fonseca. Bastante desgastado pelos saltos danças, movimentos reggae, assim que o Tony se calou, o Zézinho abalou.

No ano passado tinha sido assim.

Fim de Crónica

1 comentário:

micose_ou_mifrita disse...

Eu cheguei mesmo pelo fim do Antony B. Também não conhecia, mas ao contrário de ti, gosto bastante de reggae. Tenho pena de não ter ouvido mais. Fiquei té de manha, até aquela hora em que a musica (das barracas) acaba.
Foi bom...
..Sentir que ainda tenho uma costela de estudante.