quinta-feira, 4 de junho de 2009

Quartos

Estou naquele fim de hora de almoço, onde já se leu meio artigo e ainda falta outra metade por ler.

Mas subitamente apetece-me escrever qualquer coisa. Não sei bem o quê é certo, mas apetece-me. Talvez seja a escravidão do apetite que durante este dia que por ora vivo que está aos comandos da máquina. 

Não sei se sou claustrofóbico. Mas preciso de espaço. Há cerca de 10 anos vivia num apartamento. Partilhava um quarto com o meu irmão. Há cerca de 10 anos mudamo-nos para uma vivenda, com jardim e com quartos separados para ambos. Quartos grandes, que por serem grandes têm camas grandes, secretárias e estantes onde se arrumam livros e outros objectos que por lá vão ficando até à passagem seguinte do pano do pó. 
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Há alguns meses, com a mudança para Lisboa, este quarto deixou de ter uma utilização regular. O quarto de Lisboa, é um quarto de dormir. Pouco mais se pode fazer lá. Tem uma estante onde figuram principalmente papéis soltos, um armário vazio. É maioritariamente ocupado por duas camas individuais justapostas que dada a minha falta de equilíbrio natural me amparam de enventuais desvios. Não tem secretária. O único espaço individual é a cama. Mas as camas foram feitas para dormir, e não para sentar como quem senta num sofá, e por isso ao fim de dez minutos a cama faz doer as costas, faz adormecer as pernas e pede com pouca delicadeza para que nós mudemos de posição. Por isso e pelos vizinhos de cima que frequentemente passam pelos céus de Lisboa sem serem minimamente discretos, decidi que talvez seja uma boa opção procurar outro espaço, com mais espaço. Um espaço meu, maior. Para além de ser grande e ocupar espaço físico, o curto espaço físico faz encurtar o meu espaço mental.

Que bom é acabar este post com uma música a rasgar. Os Late of The Pier já lançaram o seu disco no ano passado, mas confirmada a sua presença no Alive! fui ver o que eles andaram a fazer por lá. A melhor coisa que achei foi este Broken, que me dá vontade de imitar os gestos de um guitarrista enquanto abano a cabeça para um lado e para o outro.


Fim de Crónica

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