Não sei o que se vai passar aqui nos próximos minutos. Os minutos em que vais ler o que estou a escrever. Não consigo encontrar uma maneira aceitável de falar sobre as novidades das coisas.
O sol deixa-me bem disposto. Em dia de estreias, cedo alvorada, desperta com um ar quente, demasiado quente para roupa tão pouco arejada. Primeira paragem, primeira oportunidade para começar a preparar os estômago para o que vem a seguir. Há que testar a sua flexibilidade e elasticidade. Normalmente pára-se para comer, mas neste caso pára-se para deixar de comer, e cumpre-se o ritual. Precisamos de rituais para tudo. Para ser felizes, para fazer os outros felizes, para dizer que somos bons, para dizer que gostamos de ti. No ritual faltou uma refeição.
Longa espera, para captar memórias variadas. O corpo não aceita de bom grado.
Já está na hora de arrancar, e não há cortejo, não há barulho, não há sinais. Sinto-me desiludido. Acabou o intervalo na actividade que vai dominar o dia. Horas e horas, em que mudavam o que tinha à minha frente e fazia desaparecer o que eles mudavam. Palmas a compasso, música de qualidade duvidosa, uma voz de rádio regional, cantorias, fazem parte do menu. Novo intervalo, para a estreia. A estreia corre bem que me faz crer que se calhar começou bem de mais, e o que interessa é como acaba.
No dia seguinte há um período de recuperação inerente, mas o dia vai-se preenchendo com pequenos rebuçados e com desafios grandes. A sensação é estranha. E a semana começa, bem cedo, para deixar que se abra a janela para a Europa, com qualidade superior.
Sugestão musical, Cat Power, com Metal Heart integrado no último Jukebox. Não tenho grande coisa a dizer. Gosto.
Fim de Crónica
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