quinta-feira, 8 de maio de 2008

DIa 5: Boa Noite Senhor, Aeminium e Yves Larock - 4h06

A minha maior preocupação neste momento é decidir a que horas vou trabalhar amanhã. Tenho dois caminhos, ou durmo e aposto na concentração absoluta num curto período de tempo, ou por outro lado levanto-me cedo da cama, e vou podre para o trabalho. Para o meu trabalho preciso mesmo de concentração, por isso a primeira opção, parece-me a mais indicada. Este parágrafo é em sim preocupante. O título não se relaciona com nada disto. Podia ser uma crónica de uma noite fantástica, dado os seus ingredientes. Porquê? Porque sinto que quero e não quero nada disto ao mesmo tempo. 


Tradição de CUMN na Queima haver um momento de oração a meio desta semana de loucura. Levar Deus para a Queima é tarefa complicada e uma forte tentação. Normalmente passa por aqui o objectivo desta oração. Depois de uma oração com muito imaginação e criatividade no ano passado, em que senti que foi difícil rezar e que havia motivos de sobra para me distrair com todos os pormenores que introduzimos na oração, este ano optámos por fazer algo mais simples. A ideia é rezar com situações que acontecem antes na Queima. Um Ora antes do parque era o título e daí se partia. Uma hora antes do parque na portagem, alguém vem ter connosco, mas nós distraídos com mil coisas não o vemos, apesar de ficar a impressão que de facto havia alguém, que não quisemos ver. No caminho para o parque alguém vem ter comigo, mas eu estou cheio de pressa e não lhe dou tempo. Fico a remoer essa situação, mas esse alguém vem ter comigo já dentro do parque e aí eu não o quero deixar fugir. E se fosse Jesus? Quantas vezes isto acontece na relação com Deus? No fim, levar Deus para o parque, na forma de uma cruz com alfinete. Como já começa a ser normal, o after-party também foi animado. Minis, música pimba, cantorias, e por fim arrumar a casa.
Se o objectivo é levar Deus para o parque, tinha de ir mesmo ao parque. Ao largo da Portagem só lhe falta um letreiro gigante a dizer meeting point, e por trás da estátua do mata-frades é o nosso ponto de encontro. Conversa ali e acolá, visitas guiadas aos locais por onde tinha passado a oração. Alguém com bom gosto diz que a música no Aeminium está engraçada. Não se engana. À falta de outros desportos nesta semana, a dança é a forma ideal de queimar calorias. Sucessos de antigamente fazem mexer um corpo até agora muito amorfo e estático em semana de Queima. Há também quem resteje pelo chão, quem faça fila para a casa de banho, e quem esteja atento à televisão que continua acesa.
As obrigações fazem com que o grupo se divida entre os fracos, que vão para casa, e os fortes que continuam até ao parque. Com as preocupações na cabeça, há ainda um abraço por dar. Um quarto de século não é todos os dias. O Yves sózinho em palco, toca os seus hits, e uma multidão de gente mexe-se num curto espaço de terreno, numa mega rave como nunca tinha visto. Não deixa de ser estranho estar um DJ sózinho no palco principal. A música vai saindo como os cromos da caderneta, ora gosto, ora não gosto. Ainda assim, não fosse a cabeça cheia de preocupações teria ficado mais um pedaço. O cansaço venceu.

Fim de Crónica

2 comentários:

micose_ou_mifrita disse...

Ohhh, desta vez não houve qualquer referência ao Boa Noite Senhor, para além da expressa no título...

E eu que tava com uma certa curiosidade, para ver (ler) o quevoces tinham reservado desta vez para os foliões em busca de Deus.

micose_ou_mifrita disse...

Ahhhh, assim gostei mais.
Tenho pena de não ter estado.

Mas acho k estamos mesmo a ficar velhos.. E faltam mais dois dias para um "até pro ano"