sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nota para o dia de reflexão. Porquê o MEP - Movimento Esperança Portugal?

Em véspera de dia de reflexão deixo aqui o caminho de construção do meu voto.


Cumpridos um ano e oito meses regressamos às urnas para escolher novos deputados e novo governo. Fica a sensação que o país estagnou nos últimos 10 anos. Antes da crise internacional já estávamos em crise. Com a crise internacional a nossa crise agravou-se e pela 3ª desde o 1974 recorremos à ajuda externa para equilibrar as nossas contas. Será fatalismo? Será que não era possível fazer melhor do que o que foi feito?


Tendo em conta a situação do país, seria de esperar uma proximidade maior entre os políticos dos diferentes quadrantes para que se possam gerar consensos alargados. Sendo certo que nem todos olham para o país da mesma forma, fica a sensação que nem sequer se dão ao trabalho de dialogar. Em vez disso, a política é feita de ataques e contra ataques para ver quem é que tem razão e quem ganha no fim. A meu ver esta forma de política está esgotada e não serve o bem comum.


Por isto tudo, e apesar de ter sempre exercido o meu dever cívico de votar e escolher o que achava melhor para o país, nunca me aproximei de nenhum partido político.


Em 2009 o MEP – Movimento Esperança Portugal surgiu com uma forma de fazer política com a qual me identifico. O MEP quer ser sempre parte da solução e nunca do problema. Quer em 2009 como agora, o MEP apresentou um conjunto de propostas concretas e não se ficou por generalidades. É esta a forma de fazer política com a qual me identifico. Por isso o meu voto fica no MEP. Nesta nova legislatura o MEP estará ao serviço das famílias, com propostas concretas para salvaguardá-las das dificuldades que se adivinham como consequência do plano de resgate financeiro a que estaremos submetidos.


Como eu, há muita gente que se identifica com esta forma de fazer política. No entanto, quer dar “utilidade” ao seu voto. Confesso que me faz um bocado de confusão votar contra este ou contra aquele, em vez de a favor de este ou a favor daquele. Não fará sentido dar força ao partido com o qual nos identificamos? E por que não dar oportunidade a gente com trabalho feito na sociedade civil de servir o bem comum através da política?


São estas as perguntas que deixo no ar para o dia de amanhã.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Exercício de descompressão

Fazer o pequeno exercício de deixar de ver, ouvir ou ler notícias é dos melhores combates à depressão da conjuntura em que vivemos.

O choque acontece quando volto a ver, ouvir ou ler notícias e percebo que nada mudou. Percebo também que quando não vejo, ouço ou leio notícias estou melhor. Menos revoltado, menos cansado, com mais esperança.

A pergunta que faço é: se cada um vivesse nos máximos onde é que nós estaríamos? Se cada um tivesse olhasse à sua volta e visse um irmão em cada um, o que mudaria? Porque fica a sensação que ninguém está disposto a abdicar do seu pequeno bem para um bem maior. Isto incomoda-me. Isto revolta-me. Não falo só da alta esfera política. Falo meu nível.
Quantas vezes ficamos com o copo meio cheio? Porquê? Porquê que em vez disso culpamos sempre os mesmos porque não nos arranjam emprego? Talvez esteja a generalizar de uma forma muito perigosa. Mas não me conformo com o copo meio cheio.

O cromo a colar na caderneta musical deste blogue é uma música que encontrei mesmo agora num outro estabelecimento da blogosfera. Chamam-se Erland & The carnival e mantêm a boa tradição do pop-rock britânico.




Haja outras notícias que não só casamentos a soprar das ilhas do norte.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Corta e cola

Foi preciso o governo estar na iminência de cair para voltar a escrever aqui. Não gostaria que fosse esta circunstância a levar-me a escrever. Mas não posso deixar de o fazer.


Quantas vezes em política já alguém reconheceu que esteve mal, pediu desculpa e as desculpas foram aceites? A minha memória não é vasta, mas não me lembro de nenhuma. Admito que haja.
Em vez disso, cada vez que alguém mete o pé na argola, rapidamente os opositores se apressam em puxar a corda e a deixar quem errou sem chão. Não há margem para erro. Se as relações humanas fossem assim, a sociedade seria uma coisa insustentável. A incapacidade de reconhecer que o outro falhou e dar-lhe uma nova oportunidade parece-me essencial para a construção do bem comum.

Sem ter um conhecimento profundo da situação e vendo muito à distância parece-me que o Governo não esteve bem ao apresentar um novo PEC como facto consumado em Bruxelas. O Governo não é capaz nem quer reconhecer que não esteve bem ao fazê-lo. O PSD diz-se farto de ser enganado pelo Governo. Mas e se de repente o governo pedisse desculpas por ter agido mal ao apresentar o PEC em Bruxelas sem o ter discutido em Portugal, qual seria a reacção do PSD? Aceitaria esse pedido ou realçava a falha do governo e pedia a saída do governo? Pela minha experiência a segunda hipótese seria a mais provável de acontecer.

Enquanto as política não for mais humana as coisas vão continuar a ser assim. O bem comum fica para segundo plano e a honra pessoal e partidária será a única coisa a proteger.

Mudando radicalmente de tema hoje vêm a Lisboa os Cut Copy, uns moços australianos que dão uns grandes espectáculos ao vivo. O último disco Zonoscope ficou uns furos abaixo. Veremos o que vale o disco ao vivo. Deixo aqui um Need You Now.




sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Os 5 melhor discos nacionais e as 10 melhores músicas de 2010

Agora que a lista dos melhores internacionais seguiu não se importam que misture os discos nacionais com as 5 melhores músicas de 2010, pois não?


As condicionantes são as mesmas dos melhores discos internacionais. A lista final, após alguns minutos de ponderação é esta:

Orelha Negra - Orelha Negra
Os Pontos Negros - Pequeno Almoço Continental
B Fachada - Há Festa Na Moradia
Os Golpes - G
Márcia - Dá

As 10 melhores músicas de 2010 (e aqui não separo nacional de internacional) são estas:

Beach House - Take Care



Monarchy - Love Get Out of My Way


I Blame Coco - Selfmachine (La Roux Remix)


Hans Zimmer - Time (We Are Happy Plants Remix)


Salto - O tempo que mudou


Janelle Monáe - Cold War


Os Golpes com Rui Pregal da Cunha - Vá lá senhora


Miami Horror - Sometimes


Mystery jets - Show Me The Light


Hot Chip - I Feel Better

Os melhores álbuns internacionais de 2010

Chegado o fim do ano é altura de balanços e este ano decidi contribuir para a votação dos 10 melhores discos do ano do Hype Machine e por isso faço uma separação clara entre os discos nacionais e internacionais, e ainda as melhores canções do ano. A opinião é sempre pessoal e sempre condicionada àquilo que eu ouvir. Pode haver discos que foram lançados este ano mas pelo facto de eu não os ter ouvido não constam desta lista. Pode haver outros que por não terem sido tão rodados nos meus dispositivos de reprodução de música não constam desta lista. Enfim, são tudo condicionantes. Outra condicionante é a numeração da lista. É uma exigência do Hype Machine por mim, eu colocava todos estes ao mesmo nível.


Sem mais demoras aqui fica a lista:

1. Hot Chip - One Life Stand
2. Two Door Cinema Club - Tourist History
3. Maximum Balloon - Maximum Balloon
4. James Yuill - Movement In A Storm
5. Vampire Weekend - Contra
6. Miami Horror - Illumination
7. Fenech Soler - Fenech Soler
8. The Mynabirds - What We Loose In The Fire We Gain In The Flood
9. Bag Raiders - Bag Raiders
10. The Hundred In Hands - The Hundred In Hands


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Furar Rotinas

Não é fácil deixarmos alguém entrar na nossa rotina mais próxima.
É mais fácil juntar várias rotinas e colocá-las num sítio onde não há rotina, do que tentar entrar numa rotina de outrem.

Por isso não é fácil a mudança radical. Não é fácil encontrar uma rotina que se possa e se queira quebrar. É mais fácil ir por uns tempos e depois voltar à nossa rotina. Estar fora dela pouco tempo, de tal forma que não seja tempo suficiente para sentirmos a falta dela.

Deixo aqui uma coisa que me tem acompanhado nos últimos. Esta música.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A globalização

Estimados sócios,

Provavelmente esperavam uma presença mais assídua da minha parte na blogosfera. Infelizmente, e como é hábito na minha pessoa, vou atribuir esse facto à falta de inspiração e ao Facebook. A estrela da blogosfera aos poucos vai caindo. Mas houve um assunto que achei ser de demasiada densidade para ser tratado via Facebook: como é jogar futebol fora de Portugal?

De certo que há por aí muita gente capaz de responder com argumentos válidos a esta pergunta. A minha experiência é curta, mas mesmo assim ouso dizer que o futebol é uma coisa cultural. Fazer parte de uma equipa multicultural, que não joga aquele futebol de espaços curtos, de bola no pé, e que prefere esperar pela segunda bola que resulta dos tijolos dos jogadores adversários não é fácil. Quando há espaço para jogar e se lança a bola para longe há uma sensação de perda de controlo que não é nada agradável.

Depois em Portugal, a tendência é sempre para complicar, para rendilhar o futebol, para jogar bonito. Aqui não o que interessa é ganhar. Quem pode adapta-se.

Os Ok Go! trazem-nos mais um interessante teledisco, como outros que têm trazido. A música é melhor que o costume, o álbum, nem por isso.



Aqui fica outro bom exemplo de teledisco, dos melhores que já vi. Quantas horas demorou a ensaiar?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Problemas do bicho

O bicho homem, como alguém lhe chamava este fim de semana, é um senhor bicho. Por causa de preservar a todo o custo aquilo que é seu, e de desconfiar de tudo o que não lhe é familiar põe neste momento ponto de interrogação sobre os planos da minha pessoa.

Entre tempos de latência e falta de pro-actividade, a burocracia é das coisas mais chatas que este bicho homem inventou. E tudo porquê? Porque há sempre quem fure os esquemas e quem não saiba fazer uso das regras. Às vezes pergunto-me como seria o mundo sem fronteiras. Seria melhor que este? Muito provavelmente não. Mas aborrece-me estar dependente de papéis e tempos de latência e não saber se por esse motivo vou ter que ficar na sala de espera mais uns dias.

Haja música para ajudar a ultrapassar estes pequenos labirintos inventados pelo bicho. Não conhecia os Like Pioneers, mas passei a conhecer.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Músicas de aquecimento

Já lá vai o tempo em que se chegava ao estádio a tempo de ver o aquecimento da equipa. Hoje em dia chega-se em cima do apito inicial e se o jogo ainda não tiver começado é crime chegar ao estádio.

Durante muitos anos frequentei os bancos das equipas de basquetebol de formação do Olivais FC e o período de tempo mais longo em que estava dentro das quatro linhas e alvo de alguma atenção por parte do público presente era precisamente o aquecimento.

Existe uma categoria de músicas que insistentemente continuam a fazer parte do imaginário deste momento que antecede o jogo. As colunas estão sempre no máximo, o som é de péssima qualidade e sempre saturado.

Podia fazer uma pequena colectânea deste tipo de música, mas vou deixar aqui apenas três exemplos.

Com alguma qualidade e antiguidade Missing dos Everything but The Girl, cujo o nome da banda é absolutamente formidável. O ritmo constante ajuda a acelerar a batida cardíaca e ao escorrer das primeiras pingas de suor.


Um exemplo mais recente e, na minha opinião, mais foleiro é este Pump it Up de Danzel. É aquela música que proporciona a tentativa de afundanço frustrada a qualquer jovem jogador de basquetebol.



Por último a música que põe um dos maiores astros do futebol mundial a vibrar e a dançar com uma bola nos pés, Life is Life dos Opus.


E por que esta música entra na categoria de música de ginásio, para desenjoar deixo aqui uma descoberta recente dedicada a todos os irmãos mais velhos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Objectos

Trocar de telemóvel é um acontecimento. Hoje, quando se deixa um telemóvel é um pedaço de vida que ali fica. Muitas conversas, muitas escritas, muitos movimentos terá vivido aquele objecto que me acompanhou para todo lado durante dois anos e meio.
Há sempre aquele esforço de tentar levar tudo para o novo telemóvel. Aquele pânico de quem vai deixar parte da sua vida para trás. Mas por outro lado é um apelo ao desprendimento do que são os objectos que vivem connosco.

Ainda assim, fiz uma task force para não perder os contactos que tinha no outro telemóvel. É um exercício engraçado escolher quais os contactos que quero manter. Há várias categorias: aqueles que já não me lembro quem são, aqueles com quem estive uma vez, aqueles que conheci uma vez em Inglaterra e que há mais de dez anos que não falo com eles, aqueles que fiquei com o número para combinar futeboladas, aqueles que estão lá por conveniência, há família e os amigos, aqueles que arrancam um sorriso quando salvamos o seu número da fossa.

Tudo isto acompanhado de uma boa música é uma dinâmica engraçada. Os Golpes decidiram ser a banda sonora deste momento.


Está na hora de escolher o seu par!!