quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Era uma vez um partido

Comecemos então esta pequena história.

A minha história de vida fala-me de um tipo que sempre se interessou pela política, pelos problemas do país, por pensar como os meus problemas do dia a dia podem ser resolvidos. Não gosto nada de estar longe da actualidade. Tive algumas breves incursões pela política das associações de estudantes sempre com pouco sucesso. Nunca me identifiquei com a forma como se fazia política em Portugal, a tentar aproveitar a mínima falha dos adversários políticos para destruir. Acho que a construção de um país melhor deve ser feita de consensos alargados e de propostas vindas dos vários quadrantes políticos. Nunca me identifiquei com a ideologia de esquerda ou de direita. Acho que são espartilhos políticos que algumas vezes reduzem a margem de manobra dos políticos. A política para mim é um serviço à comunidade, um sacrifício em prol dos outros, e não um espaço de aproveitamento pessoal. Até há cerca de um ano não encontrava nenhum partido político que pensasse da mesma forma que eu.

Há cerca de ano e meio tive a oportunidade de conhecer o Rui Marques, presidente do MEP, num registo informal. Ele falou dos projecto de um partido que na altura estava a pensar formar. A maneira como ele foi descrevendo o partido foi muito clara, e achei que finalmente ia haver alguém na política portuguesa que tinha uma forma de pensar com a qual me identifico.
Longe de mim pensar que seria candidato, mas de facto fui convidado pela direcção do MEP para participar neste projecto e estou em 8º lugar na lista de Coimbra.
À medida que vou conhecendo os outros candidatos sinto que também eles estão na política para servir. Podiam estar no sofá a assistir a estas eleições, podiam continuar o trabalho fantástico que muitos deles desenvolveram em ONG e IPSS, mas decidiram que estava na altura de fazer política de maneira diferente em Portugal.

O programa do MEP está disponível na página. A grande maioria de nós não tem tempo nem paciência para ler os programas políticos de todos os partidos candidatos, e por isso muitas vezes achamos que a nossa decisão nunca será bem fundamentada.
Se a indecisão ainda paira no ar, talvez não seja uma má ideia ir perguntar à Bússola Eleitoral onde me posiciono.

O programa do MEP tem 160 propostas concretas. É um programa incompleto, como creio que serão todos. Mas o MEP não quer ser proprietário das ideias que estão no programa. O interesse do MEP é que elas sejam postas em prática seja por quem for.

Como o tempo é curto nos dias de hoje, deixo também uma entrevista de Rui Marques à Antena 1 que considero bastante esclarecedora. Admiro a clareza e objectividade dele. O seu passado fala por si: o Lusitânia expresso, a CAIS, o Fórum Estudante e mais recentemente no Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas. Em todos estes projectos deixou marca. Espero que no domingo chegue ao parlamento.


O que venho pedir é que se o projecto vos diz alguma coisa não deixem de votar no domingo. O voto útil é aquele que corresponde às nossas convicções, não deve ser um voto de protesto. O MEP tem boas hipóteses de eleger um deputado por Lisboa (quem sabe se não haverá bónus), mas o voto é importante a nível nacional. Convém lembrar que para que a mensagem da política da esperança chegue mais longe o partido precisa de garantir o correspondente financiamento do estado, que só está garantido se o total nacional de votos for superior a 50000. Daí por diante o partido recebe uma quantia por cada voto. Estejam onde estiverem o voto convicto no MEP é um voto útil e creio que não desiludirá quem depositar a sua confiança em nós.

Sensatez é o que se pede aos eleitores e aos políticos que a partir de domingo assumirem responsabilidades na construção de um Portugal melhor. Sensatez é também o nome da música que vos deixo do Real Combo Lisbonense.

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