domingo, 16 de agosto de 2009

Teorias da noite

Meus amigos,

Já é bastante tarde, mas chegado de uma noite onde vagueei por bares e onde desenvolvi uma teoria pouco inovadora sobre a noite, sinto-me obrigado a vir aqui partilhá-la. Agora sim, porque dúvido que me lembre dela com o pormenor que me lembro agora, noutra altura. Prefiro correr o risco de ter um texto mau, mas fresco.

Então vamos lá.
Independentemente do sítio onde vou, dificilmente esse local me pode condicionar no meu indíce de divertimento. Há sítios que gosto mais que outros. Mas dificilmente um ambiente pode mudar o meu estado de espírito. Há duas coisas que determinam o tal indíce de divertimento: com quem vou e como vou.  É determinante o grau de empatia com as pessoas com que se vai por aí (isto parece uma frase que podia figurar numa página da Maria). Mais do que tudo o resto, o que fica das noites é a experiência, e se não for partilhada com alguém com que haja empatia, a experiência pode não ser brutal. O outro factor é menos controlável. O "mood" como os ingleses dizem. Se não estou para aí virado dificilmente pode ser o noite divertida. 
Então o que achas? Não há nada de novo!? Como não? Bem, és capaz de ter razão...

Não. O parágrafo anterior serviu apenas como introdução a este que agora escrevo. É um mito que as pessoas acham divertido sair à noite. Basta olhar para cara de muitas delas. Estão de trombas. Talvez porque falta a tal empatia com os companheiros. Talvez porque não estejam no "mood". Mas o certo é que existe muita gente na noite a olhar para o infinito, à procura de algo que não sabe bem o quê. Pode até estar com alguém conhecido, mas se não existe empatia, a tendência é para colocar as trombas e olhar em redor.
A música também não ajuda. Invariavelmente a música de batidas repetitivas não entusiasma por si. Não proporciona ritmos dançáveis, não dá para cantar, serve apenas para ocupar espaço, alimentando assim a solidão colectiva dos que ainda se encontram de trombas. E por isso digo, há por aí muita gente triste na noite. Atenção para eles também. 

Inovador?

Para musiquinha, os Grizzly Bear trazem "Two Weeks". Um belo tema de fim de tarde, e que tem uma bonita remistura de Fred Falke que não tenho aqui à mão para vossas excelências. Fiquem para já com o original.


Fim de Crónica

2 comentários:

Francisco Tavares disse...

Solidão colectiva está na moda!
Li um artigo muito bom do Miguel Sousa Tavares no último Expresso, onde ele falava dessa moda, na sua vertente Facebook. Vale a pena ler.

O que dizes é perfeitamente verdade.
Talvez não concorde muito com a parte da música, porque acho que, independentemente da música que estivesse a tocar as pessoas continuariam de trombas, a não ser que houvesse alguém a quebrar esse mood colectivo.

Exemplo disso são as danças de roda populares portuguesas.
Até alguém pegar em ti para dançares após uns insistentes "Não, mas eu nem sei dançar!", e te meter também a dançar quase à força, o máximo que podes fazer é ficar a olhar de trombas do lado de fora da roda, bifana numa mão, fino noutra.

E isto aplica-se a qualquer outra situação deste género...Acho eu...=)

Zé, um grande abraço e resto de boas férias, com amigos e mood!

Zé David disse...

Caro Gorila,

Sim, és capaz de ter razão quando dizes que a música pode não quebrar o "mood". Se calhar falo de uma experiência própria. Já que está tudo de trombas ao menos que a música seja do meu agrado.

Boas férias!