Há muito que quero descrever um pouco do passei em S.Tomé. A minha primeira vez em África. É impossível ficar indiferente. No entanto não foi fácil inspirar-me para fazer sair uma descrição que fosse. De tal maneira que peguei num mail que mandei e adaptei-o para que fosse legível e perceptível, também, para quem nunca esteve lá.
S. Tomé: é a paisagem mais bonita do mundo que conheço. Deslumbrante.
O ar é pesado e o cheiro intenso. No primeiro dia desci até ao Ilhéu das Rolas. O caminho de autocarro a ouvir kizomba e absorver a paisagem (pois que a máquina fotográfica estava sem bateria). DOCE!!DOCE!! Gritam as crianças à passagem do autocarro. O ilhéu é um paraíso. Côco e mais côco. Água de côco, côco com água salgada, excelente. Muitos banhos, muito abobranço. Não aguentava ali muito tempo. Regresso à cidade caía a noite, e foi gira a viagem de regresso ao som da rádio, e absorver a maneira como a ilha vive de noite. É diferente!
Dia seguinte percorrer os caminhos que leva a conhecer a ilha. Passagens pelo Jardim Botânico, Roça Monte Café, Cascata de S.Nicolau, Roça Bombaím e por último Trindade. Aqui trilho os caminhos que outros antes de mim fizeram. Vejo alguns frutos de amigos comuns. É engraçado como rapidamente se tornam presentes pessoas que estão a milhares de quilómetros.
Regresso ao mundo desenvolvido do Hotel. Que contraste assustador!!
Dia seguinte: Roça Agostinho Neto, impressionante degradação, já foi imponente agora está entregue ao abandono. Praia das Conchas, saboroso mergulho. Lagoa Azul, Neves, por uma estrada digna de postal, onde a ilha se debruça sobre o mar, enquanto o carro desliza quase por cima de água. Belo. Muito belo!
Qual carteiro recolho alguns retornos das encomendas que deixei. Também por estas terras há gente conhecida de outras andanças. Há discoteca por aqui. Sou barrado na Dolores, a discoteca, por ir de corsários e havianas!! Vou dormir. No dia seguinte, giro pela cidade onde as praias estão cheias de gente a lavar o ano, uma tradição Santomense, que leva milhares de pessoas à praia nos primeiros dias do ano. Mas pelo que me disseram é só mesmo nesses dias que as praias são invadidas.
Passo por uma missa onde está tudo de pé e a bater palmas enquanto cantam. Calor impressionante e regresso ao hotel para um mergulho. Almoço no Pirata, e mais encomendas para trazer para os que a mim se adiantaram na sua passagem por S. Tomé. Parto depois para conhecer como trabalha quem deu um ano da vida para S.Tomé. Sente-se que se pode mudar pouco. É uma gota, mas é alguma coisa. Missa na Sé. Não percebo nada do evangelho, mas o resto ainda vou entendendo. E o dia acaba bem cedo. Último dia, bora para agitação do mercado. Fruta, quero trazer muita fruta. Sabores como aqueles não há por cá. Café&Companhia, últimos negócios. E está na hora de deixar. No aeroporto os últimos clientes. Os dos colares. Mais negócio. Alguns ainda se lembram de mim no primeiro dia. E raios que o meu nome é bué fácil. De repente para onde me vire tenho alguém a chamar-me. Zé!Zé!Zé!. E está na hora!
Faz-me um bocado de confusão como é que numa terra com tantos recursos naturais se viva com tão poucas condições, daquilo que nós temos como básico. Não sei se eles não são mesmo felizes assim, muito mais do que nós. A terra oferece-lhes tudo. Eles limitam-se a estar.
Banda sonora ideal. Uma kizombada. A artista chama-se Neuza, com o tema N'Ta Amabo. Este género musical faz a sua estreia neste espaço, e provavelmente a sua despedida até outros relatos de outras visitas a África. Kizomba fora do contexto africano é difícil de encaixar.
O contraste do hotel para o resto é assutador. Posso fazer alguma coisa? Voltar, sim quero.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
São Tomé, queres vir?
Crónica Zé David às 15:15
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1 comentário:
:)
delicioso percorrer sítios de S. Tomé onde me senti bem e feliz, onde senti que fazia alguma coisa por alguns, ainda que o fruto seja pequeno e demorado.
Mesmo bom... saudades que invadem terrivelmente! Uma mudança de ares que dá saudades...
O kizomba que escolheste é dos bonitos, boa pontaria, e... apesar de não ser África, qualquer kizomba encaixa, depende de como o recebes e do que dás "por e a" ele :)
Ritmos africanos e a vida africana poderiam ensinar muita gente de que, realmente, o essencial chegaria para muitos... pena que nunca se aprenda por muito tempo.
Quem não quer regressar depois de conhecer aquela magia? :)
*beijinho
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