Páscoa. É verdade, parece que Jesus ressuscitou e vai ficar por cá até ao fim dos nossos dias. Que bom é ter alguém para viver isto comigo, para me ouvir quando estou sózinho.
Outro hábito da Páscoa lá em casa é ir pelos caminhos de Portugal, outrora bem esburcados, estreitos, a apelar ao piloto de rallies que há dentro de nós. Se há coisa em que nós somos bons é em fazer estradas. Pode haver pobres, jovens que deixam de ir para a Universidade porque não têm dinheiro, mas ao menos temos estradas boas e engenheiros para fazer boas estradas.
E realmente chegar a Vila Real em pouco mais de duas horas é fantástico. A estrada, é a chamada auto-estrada de montanha, aka A24, com altitudes tão díspares como os 120 e os 950 metros medidos acima do nível do mar. Todo o caminho é acompanhado de ventoínhas gigantes, tecnicamente chamadas de aerogeradores.
A categoria da auto-estrada entusiasma-nos e leva-nos até Chaves. Já cheira a Espanha por muitos lados. Quer nas ruas, onde muitos nuestros hermanos circulam, quer no mero pacote de ceriais que não tem qualquer palavra escrita na língua de Camões. A cidade essa em bem portuguesa. Bem arranjada, limpinha, ruas estreitas, casas a cair de podre, outras bem arranjadas. O esforço de aproveitamento das margens dos rios como áreas de lazer também por aqui acontece. A ponte romana disso testemunha.
Famosa pelas suas águas termais, que são como cogumelos nesta região, fui conhecer a zona termal da cidade e provar a água escaladante, usada pelos anciãos para depenar os seus galináceos. A água sai por uma torneira, realmente quente, e sabe intensamente a ferro.
Havia ainda uma torre que se avista de vários pontos da cidade. Aparentava ar de castelo, mas da muralha há poucos sinais. Um turista espanhol alertava à sua família para a parecença morfológica com a torre de Belém. E de facto, tem a sua razão. É uma torre mais pequena, de pedra escura, e sem os floreados próprios do manuelino. E depois veio a estrada mais desafiante do fim de semana. Curva contra curva, e a noite acaba por cair no profundo Nordeste Transmontano.
Como é hábito também, a máquina fotográfica ficou em casa, por isso em vez da tradicional foto, fica aqui mais uma sugestão musical do chefe. O rapazito chama-se Jason Mraz, e música dá pelo título de I'm Yours.
Fim de Crónica
1 comentário:
_ Há cerca de um ano tb me deixei enamorar por esta música :)
_ Um hábito lá de casa tb é ir pelos caminhos de Portugal pela Pascoa... e outro é esquecermo-nos da máquina fotográfia :)
Só para partilhar a sintonia :)
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